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Dia dos Namorados: comércio espera aumento nas vendas de até 20% em JF

rua enfeitada para o Dia dos Namorados
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A data mais romântica do ano é também uma das que mais movimenta o setor comercial no país. Encerrando os períodos comemorativos do primeiro semestre, o Dia dos Namorados deve aumentar de 8% a 20% o faturamento do comércio varejista em relação ao ano passado, de acordo com estimativa do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio). Na Zona da Mata, a data movimenta 52,5% das lojas, conforme pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

De acordo com o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, o Dia dos Namorados é a terceira melhor data especial para o setor. No último sábado (8), o segmento identificou aumento nas buscas por presentes, e a expectativa é que a procura se mantenha inclusive nesta quarta-feira, de celebração da data. “Nós esperamos que, até dia 12, possamos atingir algumas metas em função de cada ano estar havendo uma recuperação do setor. As vendas on-line acontecem, mas, hoje, o público dessa data especial prefere muito o presencial também, para comprar vestuário, floricultura, perfumaria, pelúcia e eletroeletrônicos”, explica.

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A Tribuna esteve na região central de Juiz de Fora na tarde da véspera do Dia dos Namorados, na terça-feira (11), para verificar o movimento no comércio. Na loja de calçados Planeta Corrida, o gerente Vinícius Gomes também percebeu melhora na procura por presentes para celebrar a data. “O pessoal sempre deixa para a última hora. Hoje (terça) já deu uma aumentada no movimento e estamos com a expectativa grande para quarta, que é a data e também véspera de feriado, então acredito que vai ser um dia que vai ter um bom movimento.”

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A loja Belle Shop, de cosméticos e perfumaria, apostou na decoração do estabelecimento para atrair os consumidores. Os balões de coração chamam a atenção de quem passa pela Rua São João. “Todo mundo está passando e adorando”, comenta a gerente Vivian Barbosa. A loja busca ampliar suas vendas para o Dia dos Namorados, baixando os preços de produtos que costumam ser mais vendidos. “Namorado ou marido gostam de dar secador e prancha para a esposa, mais essas coisas. Tem muito kit de shampoo também”, conta.

Pelas ruas de Juiz de Fora, diversos casais buscavam juntos seus presentes para o Dia dos Namorados. Casados há 24 anos, Leonardo e Salete Mazzone contam que mantêm a tradição de trocar presentes na data. “Até cartãozinho eu coloquei na embalagem hoje”, brinca Salete. “Nós vemos alguma coisa que estamos precisando e compramos para não passar em branco. Também saímos para comemorar em algum restaurante”, conta.

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Mais de 60% de estabelecimentos impactados em Minas

Considerando todo o estado, 62,1% do comércio varejista deve ser impactado pelo Dia dos Namorados, conforme pesquisa da Fecomércio-MG. Grande parte dos empresários está otimista com a data, sendo que 45,5% têm expectativa de vendas melhores que as do ano passado, especialmente por conta do otimismo/esperança (45%), do aquecimento do comércio (29,7%) e do valor afetivo da data (18%).

Por outro lado, a pesquisa mostra que 27,9% dos empresários esperam que as vendas sejam piores que as do ano passado, especialmente por conta de fatores como comércio estagnado (44,1%), crise econômica (23,5%) e maior cautela por parte do consumidor (20,6%).

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Para a economista da Fecomércio-MG Gabriela Martins, o cenário é favorável para o empresariado mineiro. “Apesar das dificuldades enfrentadas, tais como o alto nível de endividamento do consumidor, o Dia dos Namorados representa uma grande oportunidade para alavancar as vendas do primeiro semestre do ano. O valor afetivo da data é fator primordial para as vendas, isso porque a compra do ‘mimo’ para a companheira ou companheiro continuará, independente da situação financeira do consumidor.”

Conforme o levantamento da Fecomércio, para 22,6% dos comerciantes, os consumidores deverão dispor de um tíquete médio entre R$ 100 e R$ 200, sendo que o cartão de crédito parcelado deverá ser a forma de pagamento mais utilizada no período (43,7%). Como explica a economista, esta expectativa de gastos, acrescida às despesas já existentes e ao fato de o consumidor estar endividado, torna necessário que os empresários reforcem suas estratégias de vendas. “Para ir ao encontro do consumidor mais cauteloso, as promoções, a diversidade do mix de produtos e o atendimento diferenciado são fundamentais”, explica Gabriela.

A pesquisa aponta que 80,2% dos entrevistados impactados aplicarão estratégia de divulgação para o período. As redes sociais serão os principais canais, como Instagram (67,9%), Whatsapp (49,2%) e Facebook (31%).

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Bares e restaurantes também esperam aumento no movimento

O comércio não é o único setor mobilizado pelo Dia dos Namorados. A data deve impactar 60% dos bares e restaurantes da Zona da Mata, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel ZM). A sondagem da Abrasel revela que, para 2024, os empresários da região estão otimistas: 88% deles estimam aumento no faturamento em comparação com o Dia dos Namorados de 2023. Conforme a pesquisa, cerca de 75% dos estabelecimentos esperam faturar até 30% a mais neste ano.

“A expectativa em relação ao dia dos namorados é bastante alta, afinal, é uma das datas mais importantes do nosso setor. Os estabelecimentos se programam para a data. Muitos estão apostando em opções românticas como jantares à luz de velas e música ao vivo, outros em combos para quem não quer sair de casa, outros em cestas e produtos presenteáveis. Mas todo o setor se prepara para um movimento acima da média”, diz a presidente da Abrasel ZM, Francele Galil.

A data vem como um “respiro” em um cenário de recuperação do setor. Mensalmente, a Abrasel mede o comportamento do setor de alimentação fora do lar. Conforme dados da associação, em abril de 2024, apenas 12% das empresas da região operavam com lucro. O número ficou bem abaixo do cenário nacional, que é de 35%.

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“Temos uma boa notícia, já que os dados da pesquisa apontam 42% dos estabelecimentos na Zona da Mata conseguindo equilibrar suas contas. Mas ainda não podemos comemorar: são 12% de empresas registrando prejuízo, o que, somado às empresas em equilíbrio, representa que 54% das empresas no nosso setor na região ainda sofrem com os impactos causados pela pandemia e ainda arcam com empréstimos e impostos em atraso”, avalia Francele.

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