A segunda data mais importante para o comércio já começou a movimentar as ruas em Juiz de Fora. No próximo domingo (14), será celebrado o Dia das Mães, e a Tribuna foi até os lojistas para conferir como estão as expectativas nesta reta final. Na cidade, os vendedores esperam um aumento de até 30% nas vendas em comparação ao ano passado.
Para atender a demanda, o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomercio-JF) optou por estender o horário de funcionamento das lojas neste sábado (13), quando as lojas ficarão abertas das 9h às 17h.
Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) atesta as expectativas positivas para a data. De acordo com a sondagem, 57,8% das pessoas devem comprar presentes para as mães este ano. A consulta foi feita em Belo Horizonte e aponta tendência de consumo para todo o estado. É a primeira vez que a entidade apura a intenção de compras para a data em condições sanitárias normais. A última feita nesses moldes aconteceu em 2019. No total, foram entrevistadas 406 pessoas entre 16 e 60 anos entre os dias 14 e 25 de abril.
A economista Gabriela Martins, da Fecomércio-MG, afirma que há dois fatores que podem contribuir para que essa previsão se concretize: o aquecimento do comércio no primeiro semestre e o valor afetivo da data. De acordo com ela, 62% dos vendedores mineiros esperam que as vendas de 2023 sejam iguais ou melhores que as do ano passado. “O Dia das Mães é a segunda melhor data do comércio varejista, ficando atrás apenas do Natal. Isso se explica por conta do valor afetivo. Mesmo as pessoas não tendo dinheiro, ou estando endividadas, elas acabam buscando alguma forma de consumo para agradar as pessoas amadas.”
Nas ruas de Juiz de Fora, algumas vitrines já estão preparadas, e os consumidores já começam a pesquisar preços. Segundo a Fecomércio-MG, 50% das pessoas procuram por promoções e 27,8%, preços reduzidos. A loja de roupas Tazza, localizada na São João, apostou em um voucher de 10% de desconto em parceria com outra loja de roupas infantis. Como explica a vendedora Michele Mamede, a intenção era pensar em estratégias que aumentassem a venda, mas sem reduzir o valor das peças. “Quem comprar aqui na loja ganha 10% de desconto na loja parceira, e vice-versa. A gente vem de um aquecimento nas vendas desde o mês passado, então optamos por manter os preços e apostar na decoração da vitrine para chamar a atenção dos clientes.”
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Procura por itens mais em conta
O endividamento e o aumento dos juros condicionam muitas das escolhas do consumidor na data. Neste ano, 43,7% não pretendem comprar presentes acima de R$ 100. Antes da pandemia, em 2019, 61% indicavam intenção de compra na faixa de R$100. Uma alternativa é tentar fugir das grandes marcas e procurar produtos artesanais. A Feira de Economia Popular Solidária, da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), se tornou uma opção para as pessoas que pretendem driblar os preços altos.
Ester de Castro, de 24 anos, é uma delas. “A minha mãe é a mulher mais guerreira que eu já vi na vida. Ela foi mãe e pai, e nunca nos faltou nada. Então eu acho importante retribuir um pouco desse amor nesse dia especial. (…) Ainda não decidi o que vou comprar, mas já estou dando uma olhada nos produtos artesanais. Para mim, eles têm um peso afetivo maior. Gosto de pensar que são mães fazendo presentes para outras mães.”
A artesã Simone Duarte levou para a feira acessórios de crochê. De acordo com ela, a presença em uma região tão movimentada quanto a Rua Halfeld aumenta as chances de vendas para o Dia das Mães. “Após a retração na compra de presentes, acredito que a população está retomando este hábito com força total.” Sobre os produtos artesanais como uma alternativa de presente, Simone acredita que “a percepção da população tem mudado. Eu, particularmente, gosto de coisas artesanais, porque a gente sabe que teve uma atenção a mais na hora de produzir. É uma memória afetiva. Comprando um artesanato, a gente lembra onde comprou, quando comprou. E também é um pedaço de mim que eu deixo ali.”
A feira permanece no Calçadão da Rua Halfeld até o dia 13 de maio, das 9h às 18h, com a exposição de produtos artesanais, como doces, biscoitos caseiros, acessórios e enfeites, além de artesanatos em geral.
Dicas do Procon para evitar golpes
Além da expectativa de vendas para o Dia das Mães, a possibilidade de golpes também é grande nesta época do ano. Conforme explica a supervisora de Estudos e Pesquisas do Procon de Juiz Fora, Gisele Zaquini, muitos consumidores são atraídos por ofertas de produtos variados, principalmente na internet. “Muitos são atraídos pelas facilidades que as compras on-line oferecem, mas acabam caindo em golpes e não recebendo o produto na data que solicitou ou mesmo produtos com qualidade muito inferior ao esperado.”
É preciso, portanto, evitar sites de lojas que enviam links por e-mail ou SMS e optar por digitar o endereço eletrônico do estabelecimento no navegador. “Sites que só aceitam como forma de pagamento boleto bancário ou transferência bancária podem indicar golpes. Prefira negociar com lojas on-line que aceitam a possibilidade de pagamento com cartão de crédito ou débito. Cuidado com ofertas muito atraentes e com preços muito abaixo do praticado no mercado. Exija sempre a nota fiscal.”
A nota fiscal é importante para garantir a troca em caso de defeito, direito assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor. Para quem optar em comprar pela internet, é preciso observar os prazos de entrega e a existência de itens em estoque. “Faça pesquisa de preços, pois devido à proximidade do Dia das Mães pode ser que alguns produtos, como perfumes, flores, sapatos e roupas apresentem grande variação de valores. Além disso, é necessário observar, no ato da compra, se o produto não apresenta avarias.”