Corrigida às 12h36 *
A integração entre os esforços de diversas entidades para prestar informações e serviço de orientação para o trabalhador é uma ação defendida pelo economista André Zuchi. “Uma solução possível é a criação de um centro de referência. Não temos um local físico onde o empreendedor e o trabalhador possam buscar dados não só sobre assuntos burocráticos, mas também sobre como acessar vagas disponíveis, cursos de capacitação, atualização, entre outros. Há muita gente que busca uma vaga em um setor, mas tem vocação para outra área. Precisávamos de um local que atendesse a pessoas com todas essas necessidades.”
O problema também é identificado por quem recebe os trabalhadores. De acordo com o supervisor da UAI, Carlos Eduardo Ferreira Ramos, as pessoas demoram a chegar na unidade e, muitas vezes, não sabem que o serviço existe. “Percebemos que falta realmente um acolhimento e uma orientação ao trabalhador. Muitos chegam aqui completamente perdidos.”
Conforme o economista, há iniciativas individualizadas que, se integradas, teriam mais força. “Sinto que os serviços estão dispersos. De um lado, há a Prefeitura com um grande esforço com o JF Empregos. Do outro lado, há o Sine com as práticas deles, e há outras iniciativas de entidades de classes, cada um se movendo de acordo com as suas necessidades. Concentrar todos esses esforços em um mesmo local, seria interessante. Pode ser que o cidadão não encontre um emprego, mas pelo menos vai sair de lá orientado, sabendo o que fazer.”
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Zuchi observa que quem tem mais qualificação consegue ter acesso a uma série de ferramentas e sistemas de busca sofisticados por emprego. “Mas quem mais precisa não possui esse nível de informação, assim como quem está começando a trabalhar e não sabe por onde começar a procurar. Essas pessoas seriam as mais beneficiadas. É importante pensar nesse caminho”, defende.
“Não há necessidade de atendimento pessoal”
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur), João Mattos, com base nas pesquisas feitas pelo órgão, o JF Empregos é a fonte mais procurada por quem quer uma vaga de emprego. Ainda de acordo com ele, a pasta também não foi demandada por atendimentos físicos. “No nosso entendimento, não há necessidade do atendimento pessoal. Até mesmo quem não tem acesso a um computador com internet pode fazer a inclusão na plataforma da Prefeitura. Lá, a pessoa encontra um computador disponível para o cadastro. A maioria das pessoas conseguem fazer isso e, por esse motivo, nunca foi uma questão para nós.”
De acordo com o secretário, uma licitação foi aberta no último mês com o objetivo de modernizar a plataforma. “Com a ferramenta renovada, a referência para os usuários será maior. Também precisamos conscientizar as pessoas. Elas precisam sinalizar para o site quando conseguirem uma vaga, para que possamos avaliar melhor os mecanismos de procura.
Na percepção da diretora nacional da CUT, Cida Oliveira, os desempregados seguem em busca de órgãos afins à sua formação, em um primeiro momento. Se não conseguem o suporte que precisam, busca outras fontes. “O trabalhador vai onde tem vaga, independente de qualquer outra coisa, quando o objetivo é garantir o próprio sustento. Talvez um ponto que concentre esses serviços seja positivo, mas com a atual situação de crise econômica e política, não é suficiente.”
* A Tribuna trocou o nome da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo por Secretaria de Desenvolvimento Social, assim como o nome do titular da pasta, João Mattos por Abrão Ribeiro.