O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na última quinta-feira (9) pelo Ministério do Trabalho mostrou que Juiz de Fora perdeu 627 postos de trabalho no primeiro mês do ano. Em janeiro, foram 5.187 admissões e 5.814 desligamentos, o que resultou em saldo negativo, principalmente para o setor do comércio, que foi o mais afetado.
O segmento perdeu, ao longo do mês, 527 vagas. Em segundo lugar, o setor com maior retração foi o de serviços, com menos 299 oportunidades, seguido pela agropecuária, com menos 18 postos, e a construção civil, com menos um. O único setor que teve resultado positivo foi a indústria, com a criação de 148 postos de trabalho formal.
Apesar de negativo, o cenário é semelhante ao observado no mesmo período do último ano. Em janeiro de 2022, Juiz de Fora perdeu 599 vagas de emprego. O economista da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lourival Batista, explica que, pelo que se observa, a cidade tem uma tendência a perder vagas de trabalho no mês de janeiro. “Observamos isso desde 2020, ano em que a metodologia do Caged foi modificada e nós tivemos acesso aos dados. Com variação para perda de mais ou menos postos de emprego, desde então Juiz de Fora fecha o mês de janeiro com saldo negativo. Sendo assim, podemos apontar o fenômeno como um padrão de sazonalidade.”
Conforme o especialista, janeiro é um mês de ajuste de contratações, e a expectativa é que mais postos sejam criados a partir de fevereiro, caso a economia do Brasil tenha algum aquecimento. “Como muitas pessoas são contratadas no fim do ano para dar conta da demanda do Natal e Ano Novo, em janeiro as empresas geralmente demitem parte do pessoal para ajustar o quadro de funcionários.” Isso explica porque o setor de comércios e serviços são os mais afetados nessa época do ano.
Minas Gerais e Brasil
O estado de Minas Gerais também apresentou perda de postos de trabalho em janeiro. O Caged mostrou que o estado perdeu 1.067 vagas, resultado entre as 195.375 admissões e 196.442 desligamentos. O setor que mais perdeu vagas foi o comércio, que fechou o mês com menos 7.183 postos. Outro setor que teve desempenho negativo foi a agropecuária, com menos 927 oportunidades. Serviços, indústria e construção encerraram o mês com estoque positivo de vagas.
Em contramão à tendência de desaquecimento observada em Juiz de Fora e em Minas Gerais, o Brasil criou 83.297 postos de trabalho com carteira assinada, resultante de 1.874.226 admissões e 1.790.929 desligamentos no mês. Conforme o Caged, o saldo positivo foi observado em 16 das 27 unidades da federação e em quatro dos cinco grandes grupos de atividade econômica.