Vitrines enfeitadas com corações, flores na porta das lojas e correria para garantir reserva em restaurantes. Nesta semana, Juiz de Fora já entrou no clima do Dia dos Namorados, que será comemorado na segunda-feira (12). A data é esperada não apenas pelos casais apaixonados, mas também pelos comerciantes, que projetam o período como o terceiro melhor para vendas na cidade.
Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a posição no ranking é ainda melhor. A presidente da Abrasel Zona da Mata, Francele Galil, a data pode ser a melhor do ano para o setor. “Estamos esperando um aumento de até 30% no movimento. O feriado na terça-feira gera um prolongamento que é favorável ao segmento. Por conta disso, a expectativa está muito alta. Esperamos, ao menos, manter o patamar do que foi alcançado no ano passado.”
Para aferir a expectativa dos lojistas, a Tribuna foi ao comércio de rua em Juiz de Fora na quarta-feira (7), véspera de feriado prolongado. O movimento era grande em lojas com produtos específicos para presentes. Grande parte das vitrines estava decorada, e os estabelecimentos apostaram, inclusive, em promoções para aquecer as vendas. Conforme o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), a expectativa é de aumento de 20% nas vendas em comparação ao ano passado. Para isso, no sábado (10), o horário de funcionamento será ampliado, com lojas abertas até às 17h. Espera-se, em média, que o comprador gaste entre R$ 70 e R$ 200 com presentes.
Época de demonstrar carinho
Gabriela Fernandes, representante da loja de presentes Amor Expresso, afirmou que nos últimos dias notou aumento de 40% no movimento, mas acredita que até segunda-feira a procura possa ser maior. “Até mesmo na segunda-feira, Dia dos Namorados, na parte da manhã ainda vai ter muita gente vindo comprar.” Para ela, o tipo de produto vendido na loja faz com que as pessoas a procurem nesta época do ano. “É uma loja de mimos e essa é uma época de expressar carinho, sentimento. A pessoa pode até presentear com uma roupa, mas vai querer levar um mimo também, para mostrar esse amor.”
Na loja, Marlon Santos, de 17 anos, procurava o presente perfeito para a namorada. Com a ajuda do irmão, ele ainda estava em dúvida entre um urso de pelúcia ou uma caneca. “É uma data importante para presentear, nem que seja com uma lembrancinha.” A namorada mora em outra cidade e eles vão se encontrar no feriado. “Ela é mais organizada, com certeza já comprou o meu presente, eu que deixei para última hora”, brinca.
Um pouco mais à frente, em uma loja de artigos de futebol, Ana Clara Lopes, de 24 anos, avaliava preços para comprar o presente do namorado. Torcedor fanático do Flamengo, ela afirma que estava pensando em comprar uma camisa do time para ele. “Mas não sei não, está muito caro. A segunda opção vai ser um perfume que eu sei que ele está precisando.” Ana diz que, nos cinco anos em que estão juntos, sempre se esforça para comprar presentes em datas especiais. “Por mais que a gente esteja junto há bastante tempo, é importante manter vivas essas datas importantes.”
Artigos tecnológicos em alta
Pode não ser a primeira opção de presente para o Dia dos Namorados, mas a venda de artigos eletrônicos tem aumentado cada vez mais nessa época do ano, afirma a gerente de vendas da Celularis, Pâmela de Souza. A loja apostou em descontos de até 40% em acessórios para celular e um sorteio em compras acima de R$ 100. “Vamos sortear um jantar em uma churrascaria da cidade. O que também ajuda a pessoa a querer comprar mais.”
Pâmela conta que os artigos mais vendidos são fones de ouvido, carregador por indução e smartwatch. “As pessoas têm procurado presentes mais criativos e úteis no Dia dos Namorados, e artigos de celular têm sido uma opção. A data já é a terceira melhor para vendas aqui na loja, ficando atrás apenas da Black Friday e do Natal.”
Concorrência com vendas on-line
Mas nem em todos os estabelecimentos o aumento de vendas foi percebido. A loja de utilidades Cristy, localizada na Rua Barão de São João Nepomuceno, apostou na decoração da fachada com balões e flores, no entanto, a procura ficou aquém do esperado e longe de alcançar patamares dos últimos anos. “Uma coisa ou outra a gente vende, como velas aromáticas, alguma decoração especial, mas a procura diminuiu muito neste ano”, afirmou a proprietária Cristiani Gonçalves. “Nessa altura, no ano passado, a gente já estava com metade da mercadoria vendida, esse ano nem isso. Ainda temos coisas no estoque.”
Em sua avaliação, o cenário ocorre por conta da competição desigual com o comércio on-line, que acaba prejudicando as vendas de rua. “As pessoas começaram a comprar mais pela internet principalmente durante a pandemia, e esse hábito prejudica muito a nossa venda de porta de rua. Eu pago um absurdo de aluguel, funcionário que eu estou empregando, luz, condomínio, enfim, diversos gastos que às vezes a internet não tem.”