A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (8) o primeiro aumento da gasolina no ano e da gestão da presidente da estatal, Magda Chambriard. O reajuste gira em torno dos 7,8%, ou mais R$ 0,20 por litro. O preço para as distribuidoras passa a ser, em média, de R$ 3,01 a partir desta terça-feira (9), informou a estatal.
“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20/litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina C”, disse a Petrobras em nota.
O último reajuste da gasolina havia ocorrido em outubro do ano passado. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem em relação ao mercado internacional era de 18% antes do aumento desta segunda.
De acordo com a Petrobras, desde a implementação da nova estratégia comercial, a estatal reduziu seus preços de venda da gasolina para as distribuidoras em R$ 0,17/litro.
GLP
A estatal também reajustou para cima o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), sem aumento desde março de 2022. O preço de venda para as distribuidoras passará a ser, em média, equivalente a R$ 34,70 por botijão de 13kg, um aumento equivalente a R$ 3,10. Desde dezembro de 2022, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em valor equivalente a R$ 7,34/13kg.
Impacto de reajustes da Petrobras pode chegar a 0,21 pp no IPCA
Os reajustes anunciados nesta segunda pela Petrobras no preço da gasolina e do GLP devem gerar um impacto altista entre 0,16 e 0,21 ponto porcentual nas próximas leituras do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculam economistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
Após o anúncio, a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, elevou sua estimativa para o IPCA ao final do ano de 4,10% para 4,28%. Ela calcula que o reajuste na gasolina representa impacto altista de pelo menos 0,13 ponto porcentual, dos quais 0,09 ponto deverão aparecer já na leitura de julho do IPCA. Já o reajuste do GLP deverá impactar positivamente o índice em 0,05 ponto, segundo ela.
Para Leonardo Costa, economista da ASA, o impacto total dos reajustes deverá ficar em 0,16 ponto porcentual, diluído entre as leituras de julho e agosto do IPCA. Com isso, ele elevou sua projeção para a inflação ao final do ano, de 3,9% para 4,0%.
Na Quantitas, o economista João Fernandes espera impacto total dos reajustes ainda maior, de 0,21 ponto no IPCA deste ano. Desse total, 0,15 ponto deve aparecer diretamente no preço da gasolina; 0,03 ponto no preço do etanol e outros 0,03 ponto devem refletir o reajuste no GLP. Com isso, a Quantitas passou a prever alta de 4,3% no IPCA em 2024, ante estimativa anterior de 4,1%.
No BNP Paribas, a estimativa também é de impacto total de 0,21 ponto porcentual nas próximas leituras do IPCA. A economista para Brasil do banco, Laiz Carvalho, contudo, apenas adicionou viés de alta à sua projeção ao final do ano, mantendo a estimativa de IPCA em 4,0%.
Nos cálculos de Carvalho, do total do impacto, 0,14 ponto porcentual deverá ser sentido na leitura de julho do IPCA, enquanto os outros 0,07 ponto em agosto.