A Prefeitura trabalha na elaboração de um projeto de Parceria Público-Privada (PPP) para o Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o Serrinha. Nos moldes da concessão do Aeroporto Presidente Itamar Franco, a concessão à iniciativa privada seria subsidiada. O valor do aporte municipal dependeria do interesse despertado nas empresas, especialmente as de aviação executiva. No desenvolvimento do modelo de negócios para o terminal, a intenção é que o Serrinha atue em “complementaridade” e não “concorrência” ao Itamar Franco. O aeroporto está há mais de um ano sem voos regulares.
O estudo, considerado “minucioso” e “delicado”, foi comunicado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda, André Zuchi, em audiência pública ontem sobre o terminal. Segundo Zuchi, o Serrinha, considerado fundamental para a cidade, está no momento de descobrir sua vocação. No estudo preliminar, diz, foram identificadas potencialidades para aviação executiva, hangaragem e escola de aviação. A informação é que o projeto está em fase adiantada e, após concluído, será apresentado ao Ministério Público Estadual, que instaurou inquérito civil público sobre o aeroporto.
No encontro, o secretário destacou a visita ao Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí, considerado referência no serviço de aviação executiva e que comporta hangar, serviço de táxi aéreo e escola de aeronáutica. A intenção, disse, é estudar o modelo utilizado no interior de São Paulo e avaliar a possibilidade de implementação no terminal juiz-forano. “Nunca vamos desistir do Serrinha”, reforçou.
A audiência pública, convocada pelo vereador Roberto Cupolillo – Betão (PT), atendeu solicitação do Grupo Pró-aeroporto da Serrinha. O grupo defende a retomada dos voos comerciais, suspensos desde abril de 2014, com a transferência das operações da Azul Linhas Aéreas para o Itamar Franco. Betão destacou o fato de o Serrinha ser um patrimônio para o município e propôs requerimento da Câmara, convidando empresas áreas a comparecerem a Juiz de Fora.
O presidente do Grupo Pró-aeroporto, Alexandre Hill Maestrini, convocou autoridades e população a mudarem o olhar sobre o Serrinha, quebrando “mitos”, como os relacionados a segurança, teto e pista. Segundo Maestrini, a falta de operações comerciais compromete a mobilidade aérea da população, contribui para a subutilização do Expominas e de hotéis, estimula a migração de empresas para outras cidades e prejudica o desenvolvimento da cidade. A intenção da audiência, disse, foi cobrar proatividade do Executivo, vigilância do Legislativo e engajamento crítico dos eleitores.
Inquérito
Segundo o promotor de Defesa do Consumidor, Plínio Lacerda, o inquérito foi instaurado para entender os motivos da suspensão dos voos comerciais. Outras motivações foram as reclamações relacionadas a tempo e custo para deslocamento até o Itamar Franco e a garantia de liberdade de escolha do passageiro pelo aeroporto que ofereça melhores condições de voo. Plínio destacou o papel do órgão como interlocutor para propor soluções exequíveis, buscando o “melhor” para o juiz-forano.
O titular da Settra, Rodrigo Tortoriello, reforçou o trabalho pela homologação, junto à Anac, da cabeceira 21 (à direita de quem chega) para pouso com instrumento. Com a homologação, seria possível dobrar a capacidade de operação por instrumento. Tortoriello garantiu que o Serrinha não está abandonado e que tem perfeitas condições para comportar uma companhia aérea. Para ele, a ausência de operações comerciais deve-se à falta de empresas com atuação regional no país. No dia 13, o secretário visita a sede da Flyways Linhas Aéreas, no Rio, para verificar o interesse da empresa no Serrinha.