Uma pesquisa realizada pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) mostrou que há produtos voltados especificamente para mulheres que são mais caros que os produtos direcionados ao público masculino em Juiz de Fora. O levantamento, denominado “Taxa Rosa: Por que é mais caro ser mulher?”, traz uma lista de itens verificados no comércio físico e on-line e foi divulgado nesta sexta-feira (8), quando é lembrado o Dia Internacional da Mulher.
No caso dos produtos vendidos pela internet, o Procon verificou que o shampoo foi o produto com maior variação de preço: o produto direcionado ao público feminino chegou a ser R$ 10,72 mais caro que o shampoo para homens.
Já nas lojas físicas, a maior diferença entre preços foi constatada em remédio para dor. De acordo com o Procon, em quatro estabelecimentos pesquisados, nenhum apresentou igualdade nos preços.
Para além dos produtos de higiene pessoal, brinquedos e outros itens infantis também são mais caros quando apresentam a cor rosa ou temas considerados direcionados a meninas, mesmo quando são iguais aos itens considerados masculinos.
Veja os principais itens:
Lojas on-line
– Medicamentos para dor com a mesma formulação: variação de 35% no preço do mesmo tipo de remédio – para homens, consta na embalagem que o medicamento é para dor de cabeça, dor nas costas e dor muscular; no remédio para mulheres, consta na embalagem que o medicamento é para cólicas menstruais, dor de cabeça, dor nas costas e enxaqueca;
– Cremes depilatórios: variação de 8,34% em produtos da mesma marca, mesma composição e mesmo tamanho;
– Shampoo antiqueda: variação de 4% em produto voltado para o público feminino.
Lojas físicas
– Desodorantes: na maioria das unidades não houve variação de preço; em duas lojas consultadas, o preço do produto masculino ou neutro era maior;
– Lâminas depilatórias: na maioria das unidades não houve variação de preço; em três estabelecimentos consultados, diferença era mínima, de, no máximo, R$ 3;
– Shampoos: na maioria das unidades não houve variação de preço; em apenas um estabelecimento, produto masculino era 21,22% mais caro;
– Remédios para dor: itens para mulheres foram mais caros em todos os estabelecimentos visitados; variação chegou a 23,54%;
– Cadernos: itens com temáticas femininas foram mais caros em todos os estabelecimentos visitados; variação chegou a 54,79%.
Taxa rosa: o que é
A prática de cobrar mais caro por produtos voltados para o público feminino é chamada de “Taxa Rosa”. É considerada Taxa Rosa quando o produto é utilizado da mesma forma por homens e mulheres e, ainda assim, têm preço diferentes.
Conforme o Procon, ainda não há, no Brasil, legislação que proíba a Taxa Rosa, mas já existem diretrizes de proteção e defesa das consumidoras. O principal ponto desse posicionamento é a defesa da igualdade entre gêneros nas relações de consumo, além de prezar por uma comunicação não sexista e pela não discriminação.