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Juiz de Fora ganha núcleo de apoio às exportações

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Em evento, Fiemg, CIN e Apex-Brasil lançam programa de qualificação de exportação (Foto: Leonardo Costa)
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As indústrias de Juiz de Fora e região terão apoio especializado para exportar produtos e serviços. Nesta terça-feira (7), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) da Zona da Mata em parceria com o Centro Internacional de Negócios (CIN) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realizaram o lançamento do Núcleo Juiz de Fora do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex). O projeto é gratuito e irá capacitar 156 empresas até dezembro de 2019. A iniciativa pretende contribuir para o desenvolvimento regional, uma vez que o ingresso no mercado internacional pode aumentar a geração de emprego e renda.

O Peiex funciona na sede da Fiemg Zona da Mata (Avenida Garcia Rodrigues Paes 12.395, Bairro Industrial) e conta com uma equipe de profissionais multidisciplinar que irá auxiliar as empresas no processo de capacitação. A princípio, o atendimento será prioritário para os segmentos de alimentos e bebidas, móveis, moda e vestuário, máquinas e equipamentos, seguindo as vocações da cidade e da região. As empresas podem entrar em contato diretamente com o núcleo para manifestarem interesse em participar do projeto. “O Peiex é uma grande oportunidade de desenvolvimento para a indústria e não tem custo financeiro para os participantes”, ressalta o presidente da Fiemg Zona da Mata, Aurélio Marangon.

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Após se inscreverem, as empresas receberão contato da equipe do núcleo para avaliação. “Há uma conversa com os profissionais para que se possa analisar se aquele é o melhor momento para a participação no projeto. Apesar de gratuito, é preciso investir em melhorias, planejar o tempo para se dedicar às orientações e, também, se preparar para realizar as ações de promoção comercial”, explica a analista de competitividade da Apex Brasil, Maira Rodrigues. “A proposta principal é fazer com que as empresas adquiram competências para exportarem. Ganhar o mercado internacional requer diferenciais competitivos. Às vezes, a empresa já possui estes aspectos, mas não explora em termos de argumento para venda em outros países. O trabalho é promover a qualificação para este processo.”

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No país, há 39 núcleos do Peiex. Juiz de Fora é a segunda em Minas Gerais a ter uma sede do projeto, que já é realizado em Belo Horizonte. “Nós iremos reativar o Núcleo em Uberlândia e estamos estudando a implantação na região Sul do estado”, adianta Maira. “Em Juiz de Fora, nós iniciamos o trabalho em junho do ano passado, mas só agora nos estruturamos para fazer o atendimento que tem esta meta de qualificar 156 empresas da Zona da Mata.”

O trabalho de qualificação contará com o apoio de um Comitê Consultivo formado por representantes de instituições parceiras como Sebrae, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Banco do Brasil e Correios. “Podemos perceber que a qualificação de uma empresa requer um auxílio além da nossa equipe, por isso, é muito importante a colaboração dos nossos parceiros”, diz Maira.

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Indústria de Bicas exporta para EUA, Japão e Israel

Durante o lançamento do Núcleo Juiz de Fora do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), foi apresentado o caso de sucesso da empresa Dellas Thork, que participou do projeto e, desde então, vem colhendo resultados. Com sede em Bicas, município distante cerca de 13 quilômetros de Juiz de Fora, a indústria de confecção de lingeries iniciou as atividades em 1997. “O trabalho começou com a minha mãe, como alternativa para aumentar a renda. Continuamos com a gestão familiar, e depois que eu me formei e estudei fora do país, vi que o mercado internacional era uma possibilidade. Em 2009, conheci o Peiex, que me abriu novos horizontes.”

Atualmente, a empresa confecciona 130 mil peças por mês, de moda íntima masculina e feminina, moda praia e linha fitness. “Exportamos para os Estados Unidos, Japão e Israel. A exportação ainda é um percentual pequeno, mas a participação no Peiex nos deu uma dimensão muito maior. Participamos de missões na Zara e na Nick, onde aprendemos muito”, exemplifica. “Também estivemos no Copenhagen Fashion Summit, um dos maiores eventos sobre sustentabilidade”, destaca Fabrício.

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Ele apresentou os resultados da aplicação do aprendizado adquirido. “Nossa nova sede terá energia solar e faremos armazenagem de água de chuva. Nós já utilizamos tecnologia para reaproveitar nosso material. O resíduo têxtil ainda é o maior desafio para o nosso segmento. Temos a ideia de criar um projeto social para comunidade em que o material será reutilizado para a fabricação de tapetes.” Dentre as competências adquiridas, ele destacou o aprendizado sobre design sem desperdício e poluição, ações de sustentabilidade e os conhecimentos que permitiram a criação de uma nova identidade visual.

Exportações em JF ainda são desafio

As vendas para o mercado internacional ainda são desafio para empresas de Juiz de Fora. Conforme mostrado pela Tribuna, a cidade fechou o primeiro semestre com a balança comercial deficitária, em US$ 322,6 milhões, resultado da prevalência das importações (US$ 378,8 milhões) sobre as exportações (US$ 56,2 milhões). Na comparação com igual período do ano passado, as exportações cresceram apenas 0,83%. Os principais produtos exportados foram fio-máquina de ferro ou aço, instrumentos e aparelhos para a área médica e zinco em forma bruta. Chile, Equador, Colômbia, Argentina e Peru foram, nesta ordem, os principais destinos.

Em julho do ano passado, em entrevista à Tribuna, a diretora de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Márcia Nejaim, afirmou que os setores laticinista e cervejeiro podem ser possibilidades para a exportação juiz-forana. “Recentemente, verificamos a demanda por produtos lácteos em Angola, Argélia e Egito. A cerveja artesanal é um mercado relativamente novo, que vem ganhando força internamente. Acreditamos que também encontraremos espaço lá fora. A Apex tem um trabalho forte de divulgação do setor de alimentos e bebidas.”

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