Começou, nesta terça-feira (6), a segunda edição do Vacathon, evento nacional promovido pela Embrapa Gado do Leite em Juiz de Fora. A iniciativa faz parte do Ideas for Milk – um desafio entre startups também liderado pela Embrapa e voltado para diversos setores produtivos da cadeia do leite – e tem como provocação fazer com que estudantes se aproximem do campo e entendam os problemas, vejam as oportunidades e desenvolvam soluções para o setor.
No total, o Vacathon reúne cerca de cem jovens provenientes de 16 universidades de vários estados, incluindo Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás. São universitários dos cursos de ciências agrárias, computação e engenharias que estarão, entre os dias 6 e 10 de novembro, podendo experimentar a aproximação entre as agtechs – startups do agronegócio – e o ambiente acadêmico. “É um trabalho que faz com que os nossos estudantes tenham mais conhecimento além do que se tem na universidade e pode abrir portas para eles no futuro”, avalia o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Márcio Lara.
De acordo com a assessoria de comunicação da organização, as equipes formadas, em média, por cinco alunos e um professor-embaixador, irão explorar e conhecer as pesquisas da Embrapa para, ao fim da maratona, desenvolver projetos e soluções que respondam aos desafios enfrentados pelos produtores de leite. Durante a etapa de treinamento, chamada de bootcamp, os pesquisadores da Embrapa darão aos participantes informações sobre a produção de leite em fazendas.
“É uma oportunidade para aplicarmos os conhecimentos de tecnologia na área da agricultura e do campo. A tecnologia não é só para a cidade, é uma oportunidade para termos ideias e conhecer o agronegócio e o campo”, destaca o aluno do curso de engenharia elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Alexandre da Silva Souza. “No mundo analógico, a parceria entre as universidades e a Embrapa fez do Brasil o grande celeiro agrícola do mundo tropical. E no digital temos que continuar com essa ligação, fazendo uso de todo conhecimento já gerado na pesquisa. Para isso, nada melhor do que realizar este tipo de evento”, diz o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho.
Estudantes conhecem hoje fazenda de leite em Coronel Pacheco
A primeira fase da programação do evento incluiu visitas técnicas e palestras. Na terça-feira (6), os jovens visitaram a fábrica do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Nesta quarta (7), os estudantes estarão em Coronel Pacheco, a cerca de 30 quilômetros de Juiz de Fora, onde passarão o dia conhecendo a fazenda experimental da Embrapa Gado de Leite. Na quinta, os participantes terão acesso a plataformas de serviços de software e hardware das empresas e entidades parceiras – Cisco, Microsoft e BovControl.
“Entendemos que o Vacathon é um celeiro de ideias e inovações. De lá, podem sair projetos para modernizar o segmento da cadeia do leite. Entendemos a importância disso e estamos indo em peso para o evento. É uma parceria que desenvolvemos há dois anos e só tem tido sucesso e projetos inovadores”, diz o gerente-executivo da Microsoft, Davi Arruda. A empresa vai oferecer sua plataforma de serviço de nuvem, como máquinas virtuais, plataformas de desenvolvimento, inteligência artificial, banco de dados, Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e mapas interativos. Executivos da empresa também vão palestrar para os estudantes.
Para a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Patrícia da Silva Nascente, que participou no ano passado, a experiência é muito importante para os alunos. “Depois de ver como funciona, começamos a ter ideias sobre as soluções que poderíamos apresentar para melhorar os sistemas de produção.” A professora destaca que é uma oportunidade única de aprendizado. “Tanto a experiência pessoal quanto profissional são importante para os estudantes. A vivência com equipes de outros estados e pessoas de diferentes áreas é um importante envolvimento que muitos nunca tiveram chance de ter.”
Maratona de programação começa na quinta
Depois das visitas técnicas e palestras, a maratona de programação em si começa a partir do dia 8. Os estudantes terão dois dias para desenvolver uma solução tecnológica a partir de um problema relacionado aos sistemas de produção de leite. No sábado, os grupos irão apresentar e defender suas propostas para uma banca avaliadora. Ao final desta etapa, será divulgado o resultado com os cinco primeiros colocados, que receberão troféu e certificado de participação. “Os participantes esperam levar esse título para a casa, para agregar valor aos seus currículos e a outras competições futuras. O conhecimento e o título são importantes principalmente para os que futuramente terão suas próprias startups”, diz a assessora da Embrapa, Carolina Pereira.
No mercado
As propostas são apresentadas ainda em etapa de desenvolvimento. Contudo, para equipes que continuam o trabalho após o evento, para testes e finalizações, a empresa oferece suporte para que projeto possa ser, de fato, lançado no mercado.
Conheça as equipes:
1. UFJF – Juiz de Fora
2. Granbery – Juiz de Fora
3. IF Sudeste – Juiz de Fora
4. IF Sudeste – Rio Pomba
5. Cefet – Leopoldina
6. UFV – Viçosa
7. IF Sul de Minas – Baependi
8. UFLA – Lavras
9. UFMG – Belo Horizonte
10. PUC Minas – Belo Horizonte
11. PUC Minas – Betim
12. UEG – Goiânia/GO
13. UFPE – Recife/PE
14. UFPel – Pelotas/RS
15. Esalq/USP – Piracicaba/SP
16. IF São Paulo – Piracicaba/SP