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Apicultores de JF produzem 28 toneladas de mel por ano

mel produzido por apicultores de JF
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A apicultura é um dos principais ramos de produção do setor agropecuário em Minas Gerais. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), a receita das exportações de produtos apícolas chegou a US$ 20,5 milhões em 2022, equivalente a quase R$ 100 milhões. Esse valor representa um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. E a produção em Juiz de Fora acompanha essa tendência. De acordo com o levantamento realizado pela Associação dos Apicultores de Juiz de Fora e Região (Apijur), são produzidas, anualmente, 28 toneladas de mel e seus derivados pelos apicultores locais, que são revendidas na cidade e região.

Um dos locais que lança mão dos produtores da região como fornecedores é a Casa das Colmeias. Patrícia Coelho, proprietária do estabelecimento, que há 40 anos comercializa produtos como geleia real, mel e própolis, entende que o consumo dos produtos apícolas vem crescendo impulsionado por uma conscientização maior dos consumidores sobre a saúde. “Nós percebemos um aumento [no consumo] e uma preocupação com o bem-estar. Atualmente, as pessoas têm feito essa opção e têm enxergado o mel como o que ele é na verdade: um alimento. O mel, antigamente, era considerado remédio que as pessoas usavam para gripe nos períodos de frio. Hoje em dia, ele está se tornando parte da alimentação. Muitas pessoas estão tomando essa consciência”, analisa Patrícia.

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Além dos produtos derivados da produção apícola, Patrícia também comercializa insumos para apicultores locais. A comerciante entende que é uma maneira, também, de fomentar o mercado. “[A venda de insumos] É como se fosse um incentivo para alguns produtores, que precisam de uma sala de mel, de toda uma estrutura para a produção. Nós selecionamos alguns produtores de algumas regiões para complementar a nossa produção. Temos o nosso apiário, mas ele não atende completamente a nossa demanda. Então, trabalhamos como em uma cooperativa, acolhemos esses produtores e fazemos a revenda de todo o material que eles necessitam para trabalhar no campo.”

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A importância da apicultura

A prática da apicultura, além de possuir sua importância no aspecto econômico e alimentício, também tem um papel fundamental na sobrevivência da flora, através da polinização realizada pelas abelhas. Nilo César, vice-presidente da Apijur e proprietário de 50 colmeias, explica como a apicultura é significativa para o meio ambiente. “A abelha é um inseto importantíssimo para a natureza e para o ser humano de um modo geral. Pode-se colocar o melhor adubo na terra, mas se não houver polinização, não existe frutificação. Então a abelha é importantíssima para o ecossistema. Ela não produz só mel. Produz pólen, própolis, cera e, acima de tudo, poliniza, porque sem o pólen, o ser humano não consegue sobreviver. Não tem fruta, não tem flor, não tem nada. Sem polinização a cadeia alimentar está completamente comprometida”, afirma o dirigente.

Nilo também entende que as abelhas, apesar de seu papel fundamental no funcionamento do ecossistema, é constantemente agredida por possuir uma imagem ameaçadora de atacar as pessoas. “As abelhas não atacam ninguém, apenas se defendem. Quando a abelha ataca, quando a abelha se irrita ou acontece alguma coisa é porque algo inadequado ameaçou o apiário, então elas contra-atacam, é natural.” O vice-presidente da Apijur complementa, afirmando que é necessário um trabalho de conscientização sobre a função fundamental desempenhada pelos insetos. “Precisamos, urgentemente, desmistificar o medo existente contra as abelhas e mostrar o quão importante elas são para nós.”

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Trabalho de capacitação de apicultores

Em Juiz de Fora, são contabilizados 70 produtores associados, segundo o levantamento mais recente realizado pela Apijur. Cada membro da associação possui, em média, 20 colmeias, totalizando 1.400 que são cultivadas. Visando aumentar este número, Alex Ferreira de Souza, presidente da Apijur, conta que a associação trabalha com a capacitação de novos produtores. “Hoje nós temos uma parceria muito grande com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que fornece os cursos para os associados. Nas aulas, é ensinado como se captura um enxame, como se produz a geleia real, própolis”, destaca Souza, visando ao incremento da produção local.

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