Ícone do site Tribuna de Minas

Continua impasse entre produtores e Arcelor

PUBLICIDADE

Três meses depois de os produtores rurais tornarem pública sua insatisfação com a Arcelor Mittal BioFlorestas, que não estaria cumprindo os contratos firmados para a realização do Programa Produtor Florestal (PPF), projeto que fomentou o plantio de eucalipto na região, o caso ainda não foi totalmente solucionado. A empresa tem convocado reuniões individuais para apresentar uma alternativa de negociação, mas a Cooperativa dos Produtores de Florestas Sustentáveis da Zona da Mata (Coopflos) alega que a proposta traz prejuízos econômicos aos proprietários das terras.

De acordo com o presidente da Coopflos, Ivan Milward, cerca de 20 produtores decidiram acionar a Justiça. “A Arcelor tem apresentado um aditivo de contrato que altera o preço a ser pago pelo eucalipto e o prazo. A empresa se exime de várias responsabilidades firmadas anteriormente, como por exemplo, não fazer o pagamento retroativo e não comprar o próximo corte.” Segundo ele, a orientação aos produtores é para que eles procurem a Cooperativa para auxílio jurídico sobre o caso. “Nós tentamos o diálogo, mas a empresa nunca nos atendeu e não compareceu à audiência pública na Câmara. Agora o caminho é a Justiça.”

PUBLICIDADE

Em nota enviada à Tribuna, a Arcelor afirmou que “conversou com grande parte dos produtores, e a maioria entende que as expectativas que se tinha no início do projeto se frustraram em função da crise”. O texto diz, ainda, que a empresa retomou a colheita e que “vai adquirir a madeira, pagar os produtores, revendê-la pelo mesmo valor e efetuar o pagamento do financiamento do programa para aqueles que aceitarem as novas condições”.

PUBLICIDADE

A Arcelor garante que “foi iniciado o adiantamento de parte do pagamento aos produtores que assinaram os aditivos de forma a compensar, em parte, o atraso na colheita”. A expectativa é que a revisão dos contratos seja concluída ainda este ano. “O processo é lento, pois é preciso discutir cada caso”. A empresa nega que haja prejuízos aos envolvidos.”Infelizmente, o resultado não é o que todos esperávamos, mas não há prejuízo para o produtor, e sim um ganho abaixo das expectativas.”E disse que as reuniões acontecem individualmente em razão das particularidades de cada contrato.

O PPF foi implantado em 2005, quando a Arcelor prospectou cerca de 250 produtores rurais em 51 municípios da região para adesão ao projeto e firmou contratos de parceria em que eles utilizariam os terrenos para plantarem eucalipto. Em contrapartida, a empresa seria responsável pelo corte, baldeio, retirada e compra da madeira plantada. Segundo os produtores, a empresa nunca cumpriu à risca os contratos firmados.

PUBLICIDADE

Reunião
Durante audiência pública realizada na Câmara Municipal, em julho, o Legislativo se comprometeu a tentar mediar uma reunião entre representantes da empresa e da Coopflos, mas na ocasião não recebeu retorno da Arcelor. Ontem, a assessoria da Câmara informou que o encontro está previsto para início de outubro.

 

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile