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Mercedes inclui 600 funcionários da unidade de JF em férias coletivas

mercedes Fernando Priamo
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Entre os próximos dias 18 de abril e 3 de maio, 600 funcionários da unidade da Mercedes-Benz em Juiz de Fora entrarão em férias coletivas. A medida foi conferida pela empresa em função da crise global de abastecimento de semicondutores, de acordo com a montadora, que ainda incluiu cinco mil profissionais da planta de São Bernardo do Campo (SP) no processo. À Tribuna, o Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região (Stim-JF), que representa a categoria, confirmou que foi comunicado pela Mercedes da decisão na última sexta-feira (1º) e que terá reunião com a empresa nos próximos dias.

Em nota encaminhada à reportagem, a Mercedes-Benz afirma estar “ajustando sua produção de caminhões, chassis de ônibus e agregados (câmbios, motores e eixos) na fábrica de São Bernardo do Campo e de cabinas de caminhões em Juiz de Fora” em função da crise no abastecimento de semicondutores. Por conta desse processo, diz a empresa, 5.600 funcionários terão férias coletivas entre 18 de abril e 3 de maio.

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A montadora ainda garante que “tem adotado diversas alternativas junto à cadeia brasileira de suplementos e ao grupo Daimler Truck mundialmente para enfrentar os desafios diários de abastecimento de peças, situação que afeta toda a indústria global”. Segundo o Stim-JF, durante a pandemia a Mercedes chegou a anunciar férias coletivas de alguns trabalhadores por uma semana, voltando com a escala normal em seguida.

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De acordo com o representante sindical Antônio Carlos Souza, a categoria trabalhou com a melhor opção que tinha em mãos. “Está faltando muitas peças devido à Covid-19 e a tudo que vem acontecendo no mundo. Já tem muito carro no pátio, não tem condição de fazer mais carros para colocar no pátio. Optamos pela ferramenta que tivemos, que são as férias coletivas”, diz, informando que poucos setores da empresa seguirão operando. “Era inevitável, não tinha como (não tomar a medida), porque o pátio está cheio. Tanto aqui, quanto em São Bernardo do Campo”.

Após a decisão ser anunciada oficialmente pela Mercedes, o Stim-JF planeja agendar uma reunião com representantes da empresa para acertar detalhes do afastamento dos trabalhadores. “Nós vamos ter uma rodada de negociação com a empresa para ver como é que fica (…). Saber em que pé estão as coisas, quando vai voltar, se tem alguma pendência”, explica Souza.

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Mercado em crise

A escassez de chips semicondutores causa preocupação em boa parte da indústria global, afetando não apenas as montadoras de veículos. As causas são diversas, desde a pandemia até a tensão comercial entre Estados Unidos e China, disputa anterior à emergência em saúde. Recentemente, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia também impactou negativamente a produção dos chips, de modo que algumas previsões dão conta de que a normalização do mercado pode acontecer apenas em 2023.

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