Ícone do site Tribuna de Minas

Como voltar ao mercado de trabalho

os trabalhadores nao devem subestimar os recrutamentos eletronicos alertam especialistas que ja comecam a enxergar uma movimentacao no mercado de trabalho apesar do aumento do desemprego fernando priamo

os-trabalhadores-nao-devem-subestimar-os-recrutamentos-eletronicos-alertam-especialistas-que-ja-comecam-a-enxergar-uma-movimentacao-no-mercado-de-trabalho-apesar-do-aumento-do-desemprego-fernando-priamo

OS TRABALHADORES não devem subestimar os recrutamentos eletrônicos, alertam especialistas, que já começam a enxergar uma movimentação no mercado de trabalho, apesar do aumento do desemprego (fernando priamo)
PUBLICIDADE

Trabalhadores não devem subestimar os recrutamentos eletrônicos, alertam especialistas, que já começam a enxergar uma movimentação no mercado de trabalho, apesar do aumento do desemprego (Fernando Priamo)

PUBLICIDADE

Se as oportunidades no mercado formal estão escassas, a procura pela recolocação está cada vez mais acirrada. Dentre um universo de 12 milhões de pessoas desempregadas, a maioria está com currículo pronto para ser enviado e dedos cruzados por uma oportunidade. Em Juiz de Fora, a maioria dos 3.475 que perdeu o emprego formal no último ano engrossa a lista dos que buscam uma nova chance de contar com a carteira assinada. De olho nesta realidade preocupante, a Tribuna consultou especialistas em recrutamento em busca de dicas para agilizar o esperado – e necessário – reposicionamento.

PUBLICIDADE

Para o sócio proprietário da Consultoria Talent Hunter, José Simão da Silva Junior, uma estratégia importante que deve ser adotada para voltar ao mercado é estabelecer metas com clareza. “Planejar em qual nível se deseja a recolocação e quanto tempo suas reservas financeiras vão suportar a falta do salário. Quanto maior o nível de exigência, provavelmente maior o tempo para conseguir um novo emprego.” Por isso, adverte, logo no início do processo, é importante ter em mente até quando é possível escolher as oportunidades e a partir de quando será necessário diminuir as expectativas.

Reduzir custos pessoais pode parecer uma dica óbvia, mas o consultor avalia que é muito difícil baixar o padrão de vida, o que exige muita disciplina. “No caso de uma demissão inesperada, quanto mais a pessoa conseguir reduzir custos, mais tempo terá para buscar melhores oportunidades e mais condições emocionais para negociar ofertas.” Neste momento de transição, avalia, é importante se dedicar ao autoconhecimento. “Muitos vão para entrevistas de emprego sem, de fato, saberem suas reais competências ou o que querem para sua carreira.” Segundo ele, respostas prontas são comuns em seleções, na crença de que é importante dizer o que o entrevistador quer ouvir. “É fundamental analisar a trajetória profissional até o momento, as atividades que motivam e as que desmotivam, as competências que se tem segurança e o tamanho dos desafios para os quais está realmente preparado.”

PUBLICIDADE

Utilizar contatos também é uma boa saída, diz, valendo-se da máxima “quem não é visto não é lembrado”. Para José Simão, restabelecer antigos contatos para avisar que está buscando oportunidades pode trazer bons frutos. “Vale ressaltar que a rede de contatos deve ser cultivada não só quando precisamos. É preciso haver uma disponibilidade em ajudar outras pessoas quando são elas que precisam também.”

Ansiedade dificulta achar nova vaga

Para o diretor executivo da Bazz, empresa especializada em Recursos Humanos, Celso Bazzola, é importante evitar o desespero. “Pode parecer difícil, mas, nesse momento, manter a tranquilidade e equilíbrio são fatores essenciais para o reposicionamento. A ansiedade e o desespero dificultam ainda mais o raciocínio e a apresentação das habilidades técnicas e comportamentais”, analisa.

PUBLICIDADE

Já o representante da Talent Hunter adverte que um erro comum é acreditar que alguém vai garantir o emprego em função da necessidade. “A relação de emprego é fundamentalmente uma relação comercial, em que o empregado vende um serviço.” Para ele, o discurso “eu preciso muito trabalhar” é lugar comum e não agrega para o empregador. Já o argumento “eu sou capaz de resolver o seu problema” é mais eficaz.

Desconsiderar ou subutilizar ferramentas de cadastro eletrônico também é considerado um equívoco. “Apesar de tanta tecnologia, muitos ainda acreditam que o currículo só vai ser lido se entregue pessoalmente e nas mãos do recrutador. Esse é um dos maiores mitos na área de recrutamento e seleção, porque um currículo impresso (ou pior, escrito à mão) tem uma chance muito menor de ser lido.” Segundo ele, o papel vai para o lixo com mais facilidade do que um cadastro em um banco de dados.

Para Bazzola, apesar de todas as dificuldades impostas pelo mercado, a recolocação é possível. O consultor enumera sete passos que podem auxiliar o profissional a ter sucesso nesta empreitada

PUBLICIDADE

Se o problema é a desmotivação dos profissionais empregados, Bazzola aconselha descobrir os fatores que estão levando a esta condição, de forma que possam ser criadas oportunidades de mudança no ambiente de trabalho. Caso a situação não seja resolvida, a recomendação é buscar uma nova oportunidade. “Antes de deixar a colocação atual, o ideal é aguardar o melhor momento e uma boa proposta. Enquanto isso não ocorrer, busque motivação para contribuir com a empresa, atitude que considero profissional e que dará respeito e consideração futura. Deixar um legado positivo em resultados e em atitudes pode consolidar sua imagem no campo profissional.”

Para o sócio da Talent Hunter, em momentos de crise, as empresas precisam rever seus processos para otimizar os custos e aumentar a produtividade. Por isso, quanto mais o profissional for polivalente, mais indispensável ele se torna neste momento. “É importante conhecer mais do que as atribuições de seu cargo, também entender sobre outras etapas e processos que influenciem o seu trabalho ou dependem dele.”

PUBLICIDADE

Buscar informações sobre o ramo de negócio da empresa e aprender a mostrar o quanto suas tarefas agregam são um diferencial. A permanente qualificação também é necessária. Na sua opinião, as empresas ainda estão com algum receio de fazer investimentos. “Entretanto, estamos percebendo uma maior oferta de oportunidades de emprego nos últimos meses, o que pode ser indicador de que estamos caminhando para uma melhora no cenário.” Na macroeconomia, a avaliação unânime é que o desemprego ainda cresce, para só depois atingir a esperada estabilidade.

Sair da versão mobile