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Caderno é material escolar que mais encareceu em 2024

material escolar para 2024
SILVIA TAGLIATTI é mãe de três filhos e faz questão de pesquisar bastante antes de fazer as compras de material escolar (Foto: Felipe Couri)
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Lápis, borracha, caderno, tesoura, estojo e vários outros itens fazem a extensa lista de material escolar aumentar a cada ano. Com a volta às aulas, as livrarias e papelarias costumam registrar entre janeiro e fevereiro seu melhor período de faturamento, e a expectativa dos lojistas de Juiz de Fora é de que essa tendência continue. Mesmo com o aumento nacional de 8,17% nos produtos de papelaria, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), publicado em dezembro de 2023, os comerciantes apostam em um crescimento de cerca de 15% nas vendas no município em relação ao ano passado.

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Conforme os dados do IPCA-15, o caderno é o item que mais encareceu neste ano: a inflação chegou a 13,58%, o que resultou na alta do valor que é repassado pelos fornecedores. De acordo com Albert Justino, gerente da Graffite, a papelaria contabilizou um reajuste de cerca de 5% nos preços dos fornecedores e, para conquistar os consumidores, a estratégia adotada foi tentar manter os preços dos produtos semelhantes aos do ano passado. “Os produtos mais procurados são os cadernos e canetas diferentes. Atualmente, os chamados ‘cadernos inteligentes’ estão sendo bastante vendidos em substituição aos fichários e cadernos comuns”, comenta Albert.

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Para atender a demanda da loja, localizada na Rua Halfeld, com a volta às aulas, foi preciso contratar oito funcionários temporários. “A nossa expectativa é faturar entre 15% a 20% a mais nesse período”, afirma o gerente. Ele ainda ressalta que, embora a procura já tenha crescido em dezembro, o movimento maior é esperado durante janeiro e fevereiro, pois muitas pessoas ainda estão fazendo pesquisa de preço nesse período inicial.

Material diferente

A aposta da papelaria Gramatura é no atendimento personalizado. Segundo o proprietário, Thales Santos, a maior parte das vendas é feita de forma on-line, chegando a 70% do número de atendimento em comparação com o serviço presencial, que acontece na unidade localizada no Bairro Marilândia, região Oeste. Com isso, o atendimento on-line permite que os clientes peçam o orçamento da lista de material exigida por cada escola e receba, após as compras, o material em casa, sem precisar se deslocar. De dezembro até o momento, mais de 150 orçamentos já foram realizados na Gramatura.

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Além disso, para se diferenciar das tradicionais papelarias da cidade, a loja aposta na venda de artigos criativos, divertidos e, como o proprietário do estabelecimento se refere, “fofos”. Thales explica que seu negócio oferece tanto modelos de kits prontos quanto a opção de montar o kit personalizado. “Nós trabalhamos com materiais mais comuns, mas nosso foco é em itens diferentes, esse é o nosso diferencial. Por exemplo, marca-texto apagável, borrachas temáticas, caderno inteligente, fichários com formatos diferentes.”

Entre a economia e o desejo dos filhos

Do outro lado, os pais buscam formas de driblar a alta dos preços e tentar economizar o máximo possível, sem deixar de agradar os filhos. Esse é o caso da técnica de enfermagem Silvia Elize Tagliatti. Mãe de três, ela optou por realizar uma pesquisa de preços bem antes do período letivo começar, o que ocorre em fevereiro. Os filhos de Sílvia têm 4, 13 e 17 anos, portanto, ela precisa comprar material para todas as fases: educação infantil, ensino fundamental e médio. Segundo ela, a etapa que gera mais custos é a infantil. “A parte de ensino médio e fundamental ficam um pouco mais em conta porque são fichários, caneta, mas o prezinho exige muitos materiais que parecem que não vão ter uso, mas você é obrigado a comprar. A escola do meu filho pediu até forminha de bolo e lã, por exemplo.”

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Além de pesquisar antes de realizar a compra, Silvia também guarda parte do seu 13º salário para a lista de material escolar dos filhos na tentativa de evitar dívidas, já que as demandas do retorno escolar coincidem com outras obrigações financeiras, como o IPTU e o IPVA. Em média, ela gasta quase R$ 1 mil para o material dos três filhos, sem colocar na ponta do lápis os livros didáticos. “Só hoje eu gastei mais de R$ 600 com meu filho mais novo, e ainda falta comprar para as duas mais velhas. Outra estratégia para diminuir os gastos é ir fazer as compras sozinha, só com o meu marido, pois os gostos dos meus filhos acabam saindo mais caros”, ela brinca.

Ao todo, Silvia visitou três lojas e notou que os preços, no geral, não sofreram muita alteração em relação ao ano passado, mas os cadernos, principalmente os de personagem, foram os itens que mais encareceram. “Além disso, hoje paguei à vista e não tive desconto na papelaria”, reclama Silvia.

Especialista dá dicas de como economizar

Para ajudar o consumidor a driblar a alta dos preços e economizar, todo ano o Procon/JF realiza uma pesquisa de preço sobre os produtos escolares. A previsão é de que o levantamento referente aos valores de 2024 seja finalizado em janeiro e publicado no começo de fevereiro. Porém, em caso de problemas durante as compras, o consumidor deve entrar em contato com o órgão pelo WhatsApp (32) 98463-2687 ou pelos telefones (32) 3690-7610/7611. A pedido da Tribuna, a supervisora de estudos e pesquisas do Procon/JF, Gisele Zaquini, preparou uma lista com dicas e orientações para que o consumidor fique atento na hora de realizar as compras. Confira

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– As listas de material escolar só poderão conter itens para uso no desenvolvimento das atividades pedagógicas do aluno. Artigos de uso coletivo como papel higiênico, giz, caneta para lousa, esponja de limpeza, e outros não podem ser solicitados pelas escolas
– As escolas não poderão proibir os alunos de participarem das atividades escolares devido à não aquisição ou posse do material exigido
– É direito das famílias ter de volta o material escolar não utilizado durante o ano letivo anterior
– As instituições de ensino não podem especificar marcas e nem especificar um local para a compra dos itens da lista de material escolar
– Os estabelecimentos de ensino não podem condicionar a compra de livros e/ou materiais escolares em uma loja específica
– Caso a escola trabalhe com livros próprios ou importados, esta informação deve ser previamente passada para o consumidor
– Reaproveitar o material escolar que sobrou do ano anterior, além de ser uma boa forma de economizar, também é uma atitude de cuidado com o meio ambiente. Compre somente os materiais que precisam ser substituídos e os que você ainda não possui

Horário estendido nas papelarias

O Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio) informou que o horário de funcionamento de livrarias e papelarias será estendido. De segunda a sexta-feira, as lojas poderão abrir de 8h30 a 20h; já aos sábados, de 8h30 a 16h. O novo horário passa a valer a partir do dia 15 de janeiro e vai até 16 de fevereiro. O Sindicomércio reforçou que a adesão ao horário estendido fica a cargo de cada estabelecimento.

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