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Atacadista Makro encerra atividades em Juiz de Fora

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Após quase 15 anos de atuação em Juiz de Fora, a unidade da rede de supermercado atacadista Makro encerrou as atividades na última quarta-feira (2). Uma faixa informando aos clientes a decisão foi colocada em frente à sede da loja, localizada na Avenida Garcia Rodrigues Paes, no Bairro Jóquei Clube, Região Norte. A expectativa é que, a partir da próxima semana, sejam realizadas as rescisões de contrato dos 80 funcionários que trabalhavam no empreendimento. Representantes do setor lamentaram a notícia. Enquanto o Sindicato do Comércio (Sindicomércio-JF) acredita que seja uma “ação pontual”, o Sindicato dos Empregados do Comércio (SEC-JF) teme “o início de tempos difíceis para o trabalhador”.

À Tribuna, a assessoria do Makro confirmou o encerramento das atividades e declarou que “o movimento é parte do planejamento estratégico da companhia de renovação do portfólio de lojas e serviços, reforçando seu compromisso com o crescimento sustentável e a constante satisfação de seus clientes.” A loja de Juiz de Fora foi inaugurada em 2004, fruto de um investimento de R$ 15 milhões, e chegou a ter 120 funcionários diretos.

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Faixa na entrada do atacadista informa fechamento da unidade que atendia a 50 municípios da região (Foto: Divulgação)

O empreendimento atendia não só Juiz de Fora, mas também outros 50 municípios do entorno. O público-alvo era formado por pequenos empresários do comércio de varejo, bares e restaurantes. Mais de 16 mil produtos foram disponibilizados aos consumidores, entre alimentos, bebidas, descartáveis, embalagens, produtos de limpeza, de escritório, utilidades domésticas e outros.

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O presidente do SEC-JF, Silas Batista, afirmou que o sindicato foi procurado pela empresa na última semana. “A gerência entrou em contato para falar sobre a rescisão. Nós acompanhamos a redução do quadro de funcionários ao longo do tempo, mas não esperávamos pelo fechamento. É uma notícia triste para a cidade.”

Segundo ele, a informação era que a decisão teria sido tomada porque a unidade não estaria atingindo o desempenho esperado. “O que foi dito é que a loja estava dando prejuízo para a rede, por isso, iriam fechar. Acredito que irão fazer todos os acertos na próxima semana, e os trabalhadores podem ficar tranquilos quanto a isso. A nossa preocupação é a perda dos 80 postos de trabalho em um momento em que ainda vivemos os reflexos da crise e enfrentamos a falta de oportunidades.”

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Lamentando começar o ano com a notícia do fechamento de uma grande empresa, Silas afirma que se preocupa com o cenário que será desenhado ao longo do ano. “Já tivemos a perda de direitos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e do Ministério do Trabalho. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai aproximar as condições do trabalhador formal à informalidade. Esperamos tempos difíceis, pois o Governo está mirando no alvo errado.”

‘Ação pontual’

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Na avaliação do presidente do Sindicomércio-JF, Emerson Beloti, a perda do supermercado Makro não significa que a cidade não seja viável para os negócios do setor. “Existem grupos, como Bahamas e Mart Minas, que estão crescendo. Outros estão chegando, como é o caso do Supermercados BH. A empresa teve os motivos dela, e imagino que seja uma revisão de estratégia. É triste porque a gente sempre quer que a cidade tenha mais postos de trabalho, mas imagino que seja uma ação pontual de posicionamento da marca”, diz. “A readequação das grandes redes é um processo natural.”

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