Atualizada às 20h25
Os bancários de Juiz de Fora aprovaram por unanimidade a deflagração de greve a partir da próxima terça-feira (6), data de pagamento para muitos trabalhadores celetistas. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria realizada nesta sexta. O movimento segue campanha nacional. A última greve aconteceu em outubro do ano passado e se estendeu por 21 dias. Na quinta-feira (1º), foram realizadas reuniões em várias partes do país, e boa parte dos trabalhadores decidiu cruzar os braços. O movimento também está confirmado em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O Comando Nacional dos Bancários indicou a rejeição da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que consiste em reajuste de 6,5% sobre salários e benefícios, mais R$ 3 mil de abono. Em contrapartida, a pauta unificada inclui reajuste de 14,57%, sendo 5% de aumento real e 9,57% de correção inflacionária, participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários mais R$ 8.317,90 e piso salarial de R$ 3.940,24 – salário mínimo calculado pelo Dieese. Também são pleiteados vales alimentação, refeição, 13ª cesta alimentação e auxílio-creche/babá no valor do mínimo nacional (R$ 880), 14º salário, fim das metas abusivas e assédio moral, fim das demissões e ampliação das contratações. A pauta foi apresentada no dia 9 de agosto, e a data-base da categoria venceu no dia 1º.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas, Robson Marques, explica que os bancos continuam na contramão dos direitos do trabalhador. “Além de não apresentarem proposta decente, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros. Na prática, o que vemos é uma política de ganho a qualquer custo às custas dos trabalhadores.” A regional representa 1.800 bancários, sendo 1.400 em Juiz de Fora.
A Fenaban, por meio de sua assessoria, afirma que a proposta integra, para a maior parte dos bancários, o aumento da remuneração que supera a inflação. “Isso porque ela envolve, além dos 6,5% de reajuste salarial, um abono de R$ 3 mil. Somando ambos, para algumas faixas salariais, o aumento chega a 15%.” Também foram destacadas as propostas de reajuste no vale-alimentação (R$ 523,48) e no vale-refeição (R$ 694,54). A avaliação é que estes e outros benefícios pagos aos bancários estariam entre os mais altos do mercado. A entidade divulgou, ainda, orientações sobre alternativas de atendimento para os clientes durante o período de greve.