A fila para conseguir emprego em Juiz de Fora começou cedo nesta sexta-feira (2). No Parque Halfeld, onde acontece a segunda edição do mutirão de empregabilidade, a entrega de currículos teve início às 9h e vai até as 16h. Mas teve gente que amanheceu no local para garantir uma boa posição na fila. A Tribuna foi até o evento promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na manhã desta sexta e constatou que, por volta das 10h, a fila já dava uma volta completa no parque. Em média, as pessoas esperavam por mais de 3 horas a chance de concorrer a uma das 600 vagas anunciadas.
Além de entrega de currículos, também acontecia oficinas de capacitação, orientação de recursos humanos e sobre programas de ensino da Prefeitura. Ao todo, são 15 empresas participantes, nos setores de indústria, comércio e serviços. Para participar, é preciso comparecer ao local com o currículo impresso para a vaga de interesse. Há oportunidades para atendentes, auxiliares produtivos, vendedores, consultores de vendas e motoristas, entre outros.
‘A esperança nos move a levantar cedo’
Na grande fila que envolvia o Parque Halfeld tinha gente de todo lugar. Alguns saíram de casa ainda de madrugada, como André Luiz, do Bairro Benfica. Ele conta que veio com vizinhos até o mutirão e saiu do bairro por volta das 4h. “Tem muita gente desempregada lá. Mas a esperança nos move a levantar cedo e tentar a sorte.” Auxiliar de pedreiro, ele conta que está há três anos sem ter a carteira assinada e sonha com mais estabilidade para criar as duas filhas.
Jane de Castro veio de Barbacena. Ela é nutricionista e está à procura de uma oportunidade de morar em Juiz de Fora. O sonho é conseguir uma vaga na área de atuação, mas disse que está aberta a opções. “Gosto muito de trabalhar com saúde, mas qualquer oportunidade, seja em administração, vendas, qualquer coisa, estou disposta a aceitar.” Por volta das 10h, ela tinha acabado de entrar na fila. “Sei que vai demorar aqui, mas vamos ver como as coisas vão indo. A ideia é conseguir entregar o currículo.”
O tamanho da fila assustou quem chegou mais tarde. Lucimar Santiago veio com o currículo dela e da filha em mãos. “É impressionante quantas pessoas estão desempregadas, a gente até se espanta quando vê.” Há um ano sem emprego, ela diz que vai aceitar qualquer vaga que aparecer. “Do jeito que está, vou aceitar o que vier e contar com a sorte.”
Aproveitar a oportunidade que vier
A busca de Alexandre Marques é pela carteira assinada. Ele conta que há mais de sete anos vive de “bicos”, trabalhos informais que consegue em diferentes áreas. Ele chegou ao Parque Halfeld às 8h, uma hora antes do início do mutirão. Quando conversou com a reportagem, estava se aproximando da tenda montada para entrega dos currículos. “Quando eu cheguei aqui, já tinha umas 300 pessoas na minha frente. Gente que madrugou na fila. Eu até pensei em vir mais cedo, sair de casa às 5h, mas acabei desistindo. Agora me arrependi.”
No caso de Luciana Guedes, essa é a terceira vez que ela vai ao mutirão. Formada em administração, afirma que das últimas vezes não foi chamada, mas que continua tentando. “É preciso aproveitar a oportunidade que vier, mesmo que não seja na minha área de formação. Eu tenho especialização e tudo, mas a gente se candidata para a vaga que aparece. Melhor que ficar desempregada.”