Fevereiro chegou e, com ele, o fim das férias escolares, momento em que pais e responsáveis vão às compras para adquirir os novos materiais escolares. Na lista das instituições de ensino particular estão os livros didáticos, que costumam corresponder a maior parte da despesa. Na tentativa de economizar, uma das estratégias é recorrer à compra de livros usados. Em sebos de Juiz de Fora, a economia chega a 50%.
O proprietário da Livraria Flamingo e livreiro há 43 anos, Walter Carneiro Júnior, destaca a importância da circulação de livros usado. “A prática evita que os mesmos sejam descartados, gerando mais lixo”, pontua. Seguindo a lógica de sustentabilidade, a loja também adquire livros usados para revenda.
Para isso, Walter explica que é preciso que o livro esteja em bom estado de conservação, sem páginas rasuradas, rasgos ou outros danos. Quanto melhor for o estado de conservação, maior é o preço oferecido. O estabelecimento também aceita doações e realiza trocas. No caso do material didático, é preciso que sejam utilizados por estudantes do 6º ano em diante. Ele relata que a procura por livros usados é extensa, mesmo com o notável crescimento da circulação dos materiais entre os grupos de pais e responsáveis.
De geração para geração
Filha da fundadora da Banca do Vasco, a comerciante Inahia Guimarães concorda que a procura por livros usados segue em alta. “O hábito de comprar os livros escolares na loja é passado de geração para geração em muitas famílias, que são clientes fiéis.”
Ela conta que também notou o aumento de vendas e trocas entre os pais de alunos, mas reitera que muitos ainda têm a preferência pelos sebos por conta da segurança de saberem que o produto é sempre atualizado e vendido em bom estado de conservação.
Outra prática recente que tem sido observada é o envio de todo o material que será trabalhado no ano por parte das instituições de ensino de forma on-line para que os pais possam imprimir e encadernar, transformando o material em “livro”, conforme Inahi. “No entanto, o custo de todo o processo não sai muito barato e, por isso, muitos ainda preferem a praticidade e a economia de adquirir os materiais nos sebos.”
Tecnologia e tradição
Empresária e mãe de duas estudantes, Mirelle Viviani Neves Pinto, 50 anos, é cliente da Livraria Flamingo há cinco anos e prioriza a compra de usados a fim de economizar. A filha Mariani, 13, inicia este ano no 8º ano do ensino fundamental, enquanto Hamina, 18, está no 3º periodo do curso de Direito.
Além da compra, Mirelle também tem o costume de vender os livros usados no sebo, e gosta da flexibilidade de troca e venda. Quando não é do interesse da livraria comprar os livros usados, ela faz a oferta em grupos de pais e responsáveis.
Os grupos se popularizaram com as redes sociais e os aplicativos de mensagem.”A minha filha mais nova envia links para que ela possa acessar e fazer a venda ou a compra dos livros usados.”
*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli