
A procura dos consumidores por peixes dobrou o movimento das peixarias da cidade nesta Quarta-feira de Cinzas (1º de março), data que marca o início da Quaresma para os seguidores do catolicismo. Conforme a tradição religiosa, este é o período em que muitos deixam de comer carne vermelha, o que fez com que os estabelecimentos ficassem lotados já nas primeiras horas do dia. A expectativa é que as vendas aumentem até 20% em comparação com 2016. A demanda deve continuar maior do que nos períodos comuns nos próximos dias e voltar a se intensificar durante a Semana Santa.
A operadora de caixa do Supermercado Granjamar, Débora Helena de Oliveira, conta que o estabelecimento se prepara todo ano para a data. “É um dia que sabemos que será movimentado. Abrimos às 7h e fechamos às 19h, e o tempo todo há gente comprando. Temos que garantir que não vai faltar produto.”
Em período de crise econômica, seguir a tradição religiosa também requer atenção nos preços. Por isso, os consumidores deram preferência aos peixes mais baratos. Sardinha, tira-vira, cavalinha, corvina e cação estavam entre os mais concorridos, com valores a partir de R$ 9,90 o quilo. “Há uma preocupação com o preço. Os clientes fazem pesquisa entre os estabelecimentos, e os produtos mais em conta são os que têm maior saída”, diz o proprietário do Armazém do Porto, Zeca Fonseca.
No bolso
A aposentada Concebida do Nascimento está entre os juiz-foranos que não abrem mão de comer peixe na Quarta-feira de Cinzas. “Sou católica e sigo a tradição todos os anos.” Segundo ela, a escolha do produto considerou preço e praticidade. “Escolhi a cavalinha, que é mais fácil de preparar e está com um preço bom.” Também de olho nos valores, a diarista Maria Aparecida dos Santos optou por substituir itens. “Ia comprar o tira-vira, mas achei o cação mais em conta.”