A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou um boletim informativo de monitoramento sobre os planos de saúde neste período de pandemia. O objetivo é mostrar os impactos da Covid-19 na saúde suplementar e, para isso, estão sendo analisados dados sobre ocupação de leitos, custos de internação, fluxo de caixa das operadoras e inadimplência no setor.
O material contempla amostras das informações assistenciais e econômico-financeiras que foram fornecidas pelas operadoras médico-hospitalares em resposta às requisições de informações feitas pela ANS e dos dados extraídos do Documento de Informações Periódicas (DIOPS). A solicitação foi encaminhada a 109 operadoras que atendem 80% do total de beneficiários do setor.
Ocupação de leitos
Para monitorar o impacto da pandemia no atendimento assistencial prestado pelos planos de saúde, foram coletadas informações de 45 operadoras que dispõem de rede própria. Foram considerados dados referentes aos meses de fevereiro, março e abril tanto de 2019 e quanto de 2020. Pelos números compilados, a ANS constatou que a taxa média da ocupação de leitos nos três meses de 2020 apresentou queda em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, a taxa mensal de ocupação de leitos relativos à Covid-19 em relação a outros procedimentos passou de 9% em fevereiro para 47% em abril. Também houve aumento do número de internações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) em relação aos números do ano passado, com curva ascendente também nos meses analisados deste ano.
Fluxo de caixa e inadimplência
Em relação aos dados econômico-financeiros, foram consideradas informações de 99 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e de 102 operadoras para o estudo de inadimplência. Os dados de 2020, que refletem a pandemia, mostram baixa variação do índice de sinistralidade de caixa e aquém do que o observado no último trimestre de 2019.
Quando comparados com dados de 2019, a Agência percebeu uma tendência de variação sazonal dos índices do setor. Além disso, a pouca variação também pode ser explicada pela característica do ciclo financeiro, no qual os planos efetuam o pagamento de prestadores semanas após o atendimento médico. Ou seja, as contas pagas até abril podem corresponder a procedimentos relativos aos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, e ainda podem não ter sido impactadas pela Covid-19.
A ANS ressalta, também, que o possível efeito da queda do número de atendimentos verificados nos dados assistenciais poderá se refletir nos valores de caixa nos próximos meses, caso o cenário seja mantido.Os dados relativos à inadimplência, por sua vez, também mostram que não houve variação significativa em 2020 no comparativo com 2019, e o índice tem se mantido em 13% nos meses de fevereiro, março e abril de 2020.