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O que gasta mais, ar-condicionado ou ventilador? Especialistas respondem e dão dicas de consumo

ar condicionado by fernando priamo
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Juiz de Fora tem enfrentado uma das semanas mais quentes da história, com a temperatura quebrando recordes. A vontade é de ficar o dia todo na beira da piscina, mas a realidade nos obriga a ignorar o calorão e ir trabalhar. É nessas horas que o ventilador e o ar-condicionado se tornam importantes aliados. Mas esse alívio imediato pode custar caro no fim do mês. Para entender melhor o consumo de cada um desses aparelhos, a Tribuna conversou com especialistas que tiraram a dúvida: o que gasta mais, o ar-condicionado ou o ventilador?

De olho na potência de cada um

De acordo com o professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) José Paulo de Mendonça, para avaliarmos qual aparelho gasta mais é necessário observar a potência de cada um. Em geral, a potência de um ventilador é menor do que a potência de um ar-condicionado. “Um ventilador de teto, por exemplo, tem uma potência média de 200 watts, já a de um ar-condicionado de 9.000 BTU/H tem potência na ordem de 2.600 watts. De modo geral, pode-se dizer que o gasto de energia será maior que o do ventilador.

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“No entanto, é preciso ficar atento a modelos mais antigos de ventiladores, que podem ser responsáveis por um maior consumo de energia. Segundo José Paulo, modelos que apresentam desgastes nas suas peças, principalmente no rolamento e no eixo, tendem a gastar mais devido ao aumento do atrito, o que demanda maior gasto de energia.

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O professor da Faculdade de Engenharia Bruno Henrique Dias afirma que equipamentos mais modernos costumam ser mais eficientes no uso da energia elétrica. “Isso vale não apenas para ventiladores e condicionadores de ar, mas também para outros equipamentos e eletrodomésticos que utilizamos. Importante observar que vários deles possuem o Selo Procel, que indica a eficiência do equipamento, lembrando que os equipamentos classificados como A são os mais eficientes.”

O Selo Procel vem do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, um projeto do Governo federal, cujo intuito é promover o uso consciente da energia elétrica.

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O programa também possui parceria com Inmetro, associações de fabricantes e pesquisadores. Todos os produtos que recebem o Selo Procel passam por avaliações em laboratórios especializados, coordenados pela Eletrobras. Com base em índices de consumo de energia de cada categoria, os eletrodomésticos recebem uma nota de eficiência. Usando letras como referência, a classificação vai de “A”, para aparelhos mais eficientes, até “G”, menos eficientes.

Prezar por ambientes isolados

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Todo mundo já ouviu falar que, se ficar com a porta da geladeira aberta, o consumo de energia é maior. Com o ar-condicionado, a lógica é parecida. Como explica José Paulo, quando a temperatura escolhida é atingida, o ar-condicionado é desligado automaticamente. A princípio, isso reduz o gasto de energia. “Mas devemos chamar atenção que, ao ligar e desligar um equipamento, principalmente os que possuem motores elétricos, há um aumento maior de energia, além de um maior desgaste nas peças.” Ou seja, se o ambiente onde o ar-condicionado estiver instalado não tiver um bom isolamento térmico, o aparelho será forçado a ligar e desligar mais vezes, aumentando o gasto de energia.

Qual é o impacto na conta de luz?

Segundo o professor Bruno Henrique Dias é difícil precisar qual o impacto do uso do ventilador e do ar-condicionado na conta de luz, pois depende de fatores como o tempo de uso e o tipo do equipamento. Mas, através de uma estimativa, o pesquisador dá uma ideia de como pode ser o resultado desse uso no fim do mês.

É preciso olhar o consumo em kWh/mês de um produto. Em um modelo de ar-condicionado 9000 BTUs, o valor é de 17 kWh/mês. Levando em consideração que o valor do kWh está em R$ 0,95, basta multiplicar esses dois valores pelo número de horas utilizadas por dia, considerando 30 dias de uso. “Pensando em utilizar seis horas por dia, o cálculo seria 6 h x 17 KWh x R$ 0,95 = R$ 96,90. Ou seja, um acréscimo de R$ 96,90 ao mês na fatura de energia.” Bruno ainda afirma que esse valor pode reduzir significativamente se diminuirmos o número de dias que utilizamos o ar, ou aumentar bastante, se deixarmos o aparelho ligado por muitas horas.

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Da mesma forma, para o ventilador, se temos um modelo que consome em torno de 3 kWh/mês, pelas mesmas 6 horas diárias, teremos: 6 h x 3 KWh x R$ 0,95 = R$ 17,10. “Um aumento de cerca de R$ 17,10 por mês.” O pesquisador ainda comenta que há sites que realizam esse cálculo automaticamente, e de forma gratuita, na internet.

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