Quando um ano novo começa, é comum as pessoas traçarem algumas metas, sobretudo financeiras. Conforme dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), pelo segundo ano seguido, guardar dinheiro figura como a principal meta financeira para 49% dos brasileiros para 2020. Além disso, outros 30% dos ouvidos planejam fazer uma viagem, enquanto que 28% pretendem comprar ou reformar a casa e 27% querem tirar as finanças do vermelho. A pesquisa ouviu 600 pessoas de ambos os sexos e acima de 18 anos, de todas as classes sociais, em todas as regiões brasileiras. As respostas foram coletadas entre 25 de novembro e 4 de dezembro de 2019.
O levantamento feito pelos órgãos revelou ainda que houve uma queda de 11 pontos percentuais entre os que estão otimistas com o quadro econômico para 2020, passando de 72% para 61% na comparação com os que esperavam um cenário melhor em 2019. Ainda assim, a maioria se mantém otimista. Já 19% acreditam em um ambiente igual e apenas 12% pior. Para os que têm boas expectativas, as razões apontadas são o sentimento de que as coisas podem melhorar apesar dos problemas (60%), a confiança de que haverá uma recuperação econômica (48%) e a expectativa de que o governo irá fazer as reformas que o país precisa (26%).
Também caiu de 72% para 65% o número de brasileiros que esperam uma melhora em sua vida financeira. Outros 21% acreditam que em 2020 sua situação deve ser igual e 7% pior. Entre os otimistas, um novo ano com perspectivas mais positivas significa a possibilidade de conseguir manter as contas em dia (57%), economizar e fazer reserva financeira (53%) e realizar algum sonho de consumo (52%). Dentre os que esperam a concretização dos planos, 64% acreditam de que as coisas vão melhorar e 49% estão se organizando financeiramente.
Efeitos da crise afetaram 63% dos entrevistados
Seis em cada dez (63%) brasileiros afirmaram nesta pesquisa que os efeitos da crise como desemprego e renda baixa afetaram seu dia a dia em 2019. Em contrapartida, 19% não perceberam algum tipo de reflexo no cotidiano e outros 18% não souberam dizer. Nesse contexto, muitos consumidores pretendem tomar atitudes para evitar tais efeitos neste ano, como pesquisar mais preços (46%), ter maior controle sobre as contas da casa (42%), comprar produtos similares de marcas mais baratas (38%), evitar fazer compras parceladas (37%) e fazer reserva financeira (35%).
Frente ao cenário econômico de 2019, 42% dos entrevistados consideram que sua situação financeira pessoal permaneceu do mesmo jeito na comparação com 2018, 30% disseram que melhorou e 26% que piorou. Entre os que sentiram uma piora, os principais motivos citados foram: o salário não ter acompanhado o aumento nos preços dos produtos e serviços (51%), a redução da renda familiar (45%) e a perda de emprego (42%).
A pesquisa mostrou, também, que 78% dos consumidores fizeram cortes no orçamento em 2019, principalmente em refeições fora de casa (46%), compra de itens e vestuário, calçados e acessórios (44%), viagens (41%), ida ao cinema ou teatro (36%), saída a bares e casas noturnas (35%) e gastos com salão de beleza (34%).
Metas não realizadas em 2019
Em uma economia ainda em processo gradual de retomada, muitos entrevistados revelaram que algumas metas ficaram pelo caminho. De acordo com a pesquisa, 68% conseguiram realizar ao menos um projeto que tinham em 2019, um aumento de 7,3 pontos percentuais em relação a 2018, principalmente no que tange cuidados com a saúde (25%), pagamento de dívidas atrasadas (20%), fazer reserva financeira (17%), realizar um tratamento odontológico (14%) e comprar ou reformar a casa (10%). Por outro lado, apenas 16% garantem ter concretizado todos os planos traçados e 15% não alcançaram nenhuma meta planejada.
Ao mesmo tempo, 83% não conseguiram realizar algum projeto, em especial juntar dinheiro (22%). As justificativas passam pelo fato de 46% acharem o preço das coisas muito alto, de 38% afirmarem que o dinheiro mal deu para pagar as contas mensais e 30% apontarem o surgimento de imprevistos, com gastos extras ligados à saúde, consertos na casa ou carro. Além disso, 21% deixaram de alcançar suas metas por perderem o emprego ou terem alguém de casa na mesma situação.
Saiba como se planejar
Orientações gerais
– Faça uma lista completa e honesta de todas as suas dívidas. Vale consultar seu CPF para saber se foi negativado por algum débito em aberto. Organize as dívidas em ordem: dos maiores juros para os menores.
– Liste todas as suas receitas (salário, bônus, 13º, FGTS, extras) para saber quanto você ganha de fato. Ao visualizar todas as receitas, é possível calcular quanto será gasto por mês e já escolher os próximos passos para definir o que vai ser pago.
– Com as duas listas prontas fica claro o que precisa ser pago e os valores disponíveis para isso. A quitação das dívidas é prioridade absoluta, inclusive negociando descontos para pagamento antecipado.
Planeje para todos os meses de 2020
Escreva tudo o que irá receber em cada mês e os gastos previstos para ele. Ainda que não tenha todos os valores de receitas e despesas, coloque os valores aproximados. Para estipular os gastos é preciso ter em mãos um calendário com os aniversários de pessoas queridas, o mês de suas férias, os feriados e as datas especiais. Defina uma verba para gastar em cada data especial. Some ainda despesas variadas, como renovação do seguro do carro, por exemplo, e outras anuais que você costuma ter, conforme o exemplo abaixo:
Janeiro
– Matrículas e materiais escolares, IPTU e IPVA juntam-se aos gastos tradicionais e até com eventuais parcelamentos feitos em dezembro. Inclua aniversários e feriados na soma.
Fevereiro
– Em 2020, o Carnaval acontece no dia 25 de fevereiro. Caso queira viajar, gastar em blocos e desfiles, ou mesmo com refeições fora de casa, não deixe de fazer o devido planejamento.
Março
– Não há feriados, logo, pode funcionar como um mês para “respirar” e segurar um pouco o dinheiro. Caso possa aproveitar algum feriado local ou alguma outra oportunidade, tente antecipar o planejamento o quanto antes.
Abril
– É o mês em que temos a Sexta-Feira Santa (10), a Páscoa (12) e ainda o feriado de Tiradentes (21). Planeje-se para comprar as lembranças com antecedência, antes dos preços subirem devido à proximidade das datas especiais, e para possíveis viagens.
Maio
– O Dia das Mães é comemorado em 10 de maio, e trata-se de um marco tradicional do comércio e sempre há aumento no consumo (e dos preços). Então, que tal comprar o presente da sua mãe um ou dois meses antes?
Junho
– No dia 11 de junho tem o feriado de Corpus Christi, prolongado, e o Dia dos Namorados. Planeje-se para os gastos com presentes e jantares fora de casa.
Julho
– Se você tem filhos, é a época de férias escolares. Planeje-se para viagens e programas com as crianças. Também pode ser um mês de recuperação financeira, porque não há feriados ou datas especiais e, portanto, é menor o apelo para o consumo. Mas não se esqueça de incluir os aniversários da família em seu planejamento.
Agosto
– O Dia dos Pais será comemorado no dia 9 de agosto, logo, aproveite para comprar o presente no mês anterior para economizar.
Setembro
– O feriado de 7 de setembro cai em uma segunda-feira, então, é possível planejar uma viagem juntando-o ao fim de semana. Nesse caso, pesquise os preços com antecedência e faça sua reserva sem deixar para a última hora. Lembre-se que em feriados os preços costumam inflacionar.
Outubro
– O Dia de Nossa Senhora Aparecida (12) cai em uma segunda-feira. Neste dia também se comemora o Dia das Crianças. Assim como em setembro, planeje-se antes para evitar prejuízos.
Novembro
– Novembro tem três feriados: dias 2 (finados), 15 (Proclamação da República) e 20 (Consciência Negra, em algumas cidades). Se a grana está curta, escolha apenas uma das datas para sair da rotina.
Dezembro
– Novamente, organize-se para as festas, férias ou recesso de fim de ano e confraternizações. Também é hora de montar o planejamento do ano seguinte, seguindo as orientações gerais listadas anteriormente.
Fonte: Meu Bolso Feliz, SPC Brasil