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Pagamento digital: brasileiros usam cada vez menos dinheiro em espécie

pagamento digital freepik
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“Pagar no dinheiro, como faziam os incas”. A comparação se popularizou nas redes sociais como forma de ironizar o uso do dinheiro em espécie. A brincadeira, que coloca notas de dinheiro como coisa de civilização antiga, pode ter um fundo de verdade. Conforme pesquisa do Banco do Brasil, o país está cada vez mais digitalizado. O pagamento digital, utilizando cartão e Pix, está aumentando, enquanto as cédulas impressas têm perdido espaço.

O estudo do Banco Central “Evolução de meios digitais para a realização de transações de pagamento no Brasil” mostrou que, em 2019, os saques de dinheiro em caixas eletrônicos e agências somaram R$ 3 trilhões no país. Em 2020, o total caiu para R$ 2,5 trilhões, e para R$ 2,1 trilhões em 2021 e 2022.

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O valor ainda é expressivo, mas vem perdendo espaço com o aumento das transações pelo Pix, por exemplo. A funcionalidade foi responsável pela movimentação de R$ 24,05 bilhões em 2022. Quando se trata de transações de valores mais altos, o estudo aponta que a preferência ainda é por transferência bancária, seja ela entre o mesmo banco ou bancos diferentes. Esse tipo de movimentação representou cerca de 65% do volume financeiro do ano passado.

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Para transações de valor mais baixo a escolha pelo cartão ou Pix é preponderante. Para o Banco Central, isso mostra o papel desses meios de pagamento na inclusão financeira, deixando as transferências tradicionais como opção para operações corporativas. “Nesse sentido, é razoável supor que o Pix e os cartões representaram importante papel na digitalização de camadas mais amplas da população”, atestou a pesquisa.

O Banco Central também observou crescimento “expressivo da quantidade de transações com cartões de débito e pré-pago”, influenciado pela expansão de instituições financeiras. “Essas instituições vêm tendo papel relevante na inclusão financeira, ao proporcionar contas de pagamento a pessoas que anteriormente não tinham nenhum relacionamento com o sistema financeiro, sendo, por exemplo, as instituições em que muitos jovens iniciam seu relacionamento com o sistema financeiro.”

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Digitalização da economia

Um dos motivos apontados pela pesquisa para a crescente digitalização dos meios de pagamento foi a pandemia da Covid-19. De acordo com o Banco Central, as medidas preventivas de isolamento social foram aceleradoras desse processo que já vinha sendo observado desde 2019.

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O chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do Banco Central, Angelo Duarte, afirmou que a revolução recente na forma de pagamento no Brasil espelha um processo contínuo de digitalização da economia. “Que perpassa o avanço do e-commerce como meio usual de realização de compras, bem como a revisão e a adaptação do modelo de negócios de instituições financeiras tradicionais, ao mesmo tempo em que fintechs e bigtechs, grandes varejistas e outras empresas não financeiras passam a intensificar suas atividades no sistema financeiro.”

Em meio a esse processo, foi observado também o aumento do uso do telefone para realizar transações. Em 2016, apenas 9% das movimentações eram feitas pelo celular, já em 2022, o aparelho foi responsável por 79% das transferências. Nesse mesmo intervalo, as operações por canais presenciais caíram de 53% para 5%, e por internet banking, reduziram de 38% para 16%. “A proporção de uso desse canal de atendimento, superando amplamente nos últimos anos não só os canais presenciais como também o internet banking, representa uma nova fase de digitalização do uso do sistema financeiro pela população brasileira”, avaliou o chefe do Decem.

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