“A loucura de Eva” chega ao Palco Central, nesta terça-feira (31), após temporada em diversas cidades de Minas Gerais e na cidade do Rio de Janeiro. A peça foi escrita inicialmente por Hannah Condelo, contando com uma adaptação da escritora e atriz Gladys Hipólito e com a direção de Tiê Fontoura. Durante a apresentação, é narrada a trajetória de uma mulher e de suas angústias durante diferentes fases de sua vida. Da mesma forma, é mostrado o seu desejo por liberdade. Os ingressos são gratuitos e liberados para até 120 pessoas, com retirada na recepção do Cine-Theatro Central, de terça à sexta, das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h.
A apresentação busca trazer à tona as felicidades e dissabores da protagonista ao longo de sua vida, apresentando também questões que estão longe de serem apenas individuais. Como explica Tiê, essa é uma forma de trazer reflexões importantes sobre o que significa ser uma mulher madura e que memórias persistem no próprio imaginário: “Essa personagem tem suas angústias e desejos, questões que passam por ela de forma complexa. Vemos também uma necessidade de uma libertação de pensamento, de voz e corporal no espetáculo. E a forma com que a Gladys traz essa mensagem é potente, já que estamos falando de uma mulher mais velha que fala sobre o etarismo e como ela é vista pelos outros”.
Sendo assim, ele explica que o processo de criação da peça teve início ainda durante o auge da pandemia de Covid-19, quando a autora Hannah Condelo mostrou para Gladys o texto que tinha feito para uma cena curta. A outra escritora, então, contou a ele que gostaria de ampliar esse texto e transformá-lo em uma peça no momento de retomada dos espetáculos presenciais.
Foi o que aconteceu em 2022, quando a peça começou a circular pela primeira vez. Para Fontoura, é importante destacar a participação que Hannah teve, enquanto uma autora trans, para que sua visão estivesse presente nesta iniciativa. “É muito importante ter uma autora trans ocupando esse espaço em um momento tão complexo quanto o que estamos vivendo. É uma forma de valorizar as pessoas da nossa cidade também”, afirma.
Sendo assim, para ele, a chegada da peça traz a oportunidade do público ter contato com uma visão plural do feminino, e de um trabalho que foi construído com a dedicação intensa da equipe. “Queremos todos os públicos presentes. Assim vamos refletir sobre essas questões da mulher, e todo esse debate de gênero é aberto e deve ser falado para todos. Queremos ampliar esse discurso e mostrar novas perspectivas”, conta. Ele ressalta, ainda, que os espectadores devem ser maiores de 16 anos.
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Premiações
O espetáculo já percorreu o circuito mineiro de festivais de teatro, tendo inclusive ganhado o Prêmio de Melhor Paisagem Sonora, no Festival de Teatro de Viçosa; e Prêmio de Melhor Atriz – Drama, Melhor Direção, Melhor Cenário e Melhor Atriz – Geral, no Festival de Teatro de São João Nepomuceno. No evento realizado em Juiz de Fora, a entrada será pela portaria lateral, na Galeria Azarias Vilela.