Quando discutimos o projeto “Cartas a JF”, ainda antes de seu lançamento, eu e a editora Isabel Pequeno ficamos com uma certa dúvida: “Será que as pessoas mandam cartas em pleno 2019?”. Na era das mensagens, recados e conversas que acontecem instantaneamente de qualquer parte do mundo para a outra, com um toque de dedos, será que as pessoas embarcariam na ideia de desacelerar esse fluxo? Será que parariam para escrever uma declaração de amor, saudação, poesia ou qualquer manifestação a Juiz de Fora no aniversário da cidade? Ainda que não tivéssemos certeza de que sim, resolvemos apostar na iniciativa. E a decisão não poderia ter sido mais acertada.
A expectativa era que a Tribuna recebesse um mínimo de 30 cartas ao longo do mês de maio, que seriam enviadas por e-mail ou por WhatsApp, e confesso que tivemos receio de não atingir essa marca. Para nossa grata surpresa, recebemos muito mais do que o dobro do que esperávamos e chegamos a receber inclusive cartas escritas à mão, enviadas pelos Correios, além de poesias e expressões das mais diversas em menção ao dia 31 de maio, aniversário da cidade. Além disso, o projeto estimulou duas iniciativas voltadas para jovens estudantes, para que conhecessem a carta como gênero textual: um na Escola Municipal Professora Thereza Falci; e outro, na Biblioteca Municipal Murilo Mendes, como atividade da oficina Escola de Escritores.
Como as manifestações de afeto por Juiz de Fora extrapolaram nossas previsões, a Tribuna decidiu extrapolar também a data-limite de publicação das cartas recebidas. Por isso, até o dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, padroeiro da cidade, elas serão publicadas diariamente, renovando nossa homenagem por meio do carinho de leitores e leitoras que tão espontaneamente enviaram suas declarações. Assim contrariando a máxima “Mais amor, por favor”, teremos, sim, 13 dias de mais amor, mas sem qualquer pedido de favor.