O Oceanos (Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa) anunciou os dez finalistas da edição de 2024, e cinco brasileiros estão entre eles. Airton Souza, João Silvério Trevisan e Micheliny Verunschk aparecem entre os nomes com seus livros em prosa, enquanto Juliana Krapp e Rodrigo Lobo Damasceno compõem a lista da poesia. Esses livros foram escolhidos entre 2619 obras, e o vencedor de cada categoria será anunciado em cerimônia no dia 5 de dezembro. No último ano, a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Prisca Agustoni ganhou o prêmio, com o livro de poemas “O gosto amargo dos metais”.
As obras finalistas de prosa são “Caminhando com os mortos” (Companhia das Letras), de Micheliny Verunschk; “Certas raízes” (Editora Relógio D’Água), de Hélia Correia; “Meu irmão, eu mesmo” (Alfaguara) de João Silvério Trevisan; “Os infortúnios de um governador nos trópicos” (Editorial Caminho), de Germano Almeida; Outono de carne estranha (Record), de Airton Souza.
Já em poesia são “Criação do fogo” (Alcance Editores), de Álvaro Taruma; Limalha (Corsario-satã), de Rodrigo Lobo Damasceno; “Perder o pio a emendar a morte” (The poets and dragons Society), de José Luiz Tavares; “Uma colheita de silêncios” (Dom Quixote), de Nuno Júdice; “Uma volta pela lagoa” (Círculo de poemas), de Juliana Krapp.
Os autores são de diferentes países falantes do português, como Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. Além dos brasileiros, são dois cabo-verdianos (Germano Almeida e José Luiz Tavares), um moçambicano (Álvaro Taruma) e dois portugueses (Hélia Correia e Nuno Júdice).
Leque temático e abrangência estilística no Oceanos
O concurso destacou, nas obras escolhidas, um rico leque temático e uma notória abrangência estilística. Entre os romances, é possível perceber uma variedade de momentos históricos, tendo como ambientação um passado mais remoto (como no século XIX do livro de Germano Almeida) ou até mais recente (como o garimpo em Serra Pelada, na década de 1980, na obra de Airton de Souza). As tragédias também foram tema recorrente, com Micheliny Verunschk e João Silvério Trevisan, seja de forma mais coletiva ou pessoal. A obra de Hélia Correia, por sua vez, apresenta uma visão crítica em relação a um mundo desumanizado.
Entre as obras de poesia, foi possível perceber a relação que cada escritor trouxe em relação à própria escrita. Os mistérios da poesia são investigados por Nuno Júdice, enquanto Juliana Krapp enfatiza os riscos que envolvem manusear a linguagem dessa forma. Já Álvaro Taruma, José Luiz Tavares e Rodrigo Lobo Damasceno olham com cuidado para realidades concretas e injustas.