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‘Urso do pó branco’, com premissa absurda, estreia nos cinemas nesta quinta-feira 

URSO DO PO BRANCO
2URSO DO PO BRANCO
O filme flerta com o cinema trash dos anos 80, explorando hipóteses do que aconteceria se um urso ingerisse uma grande quantidade de cocaína (Foto: Divulgação)
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O absurdo sempre esteve presente no cinema, inclusive como um dos seus grandes atrativos. Em 2023, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, filme que ganhou o Oscar, deixou ainda mais claro que elementos totalmente inesperados e extraordinários podem ser usados nas obras de alta qualidade, despertando a atenção dos espectadores e apresentando grande potencial de viralizar nas redes sociais. Com elementos que fogem do senso comum, em “M3gan”, por exemplo, a cena de uma boneca assassina feita por inteligência artificial dançando passos típicos do Tik Tok dominou as redes e atraiu o público para as telas. É o que acontece, de certa forma, com “Urso do pó branco”, que estreia esta semana e já arrecadou mais de 20 milhões de dólares no primeiro final de semana em cartaz nos Estados Unidos, se consolidando como um dos filmes com maior audiência deste ano

A narrativa flerta com o cinema trash dos anos 80, explorando hipóteses do que aconteceria se um urso ingerisse uma grande quantidade de cocaína. Nesse caso, no entanto, a ideia aparentemente descabida se baseia numa história real ainda que, a partir de certo momento do filme, a ficção penetre no centro da história e o absurdo completo tome conta, com cenas violentas, de perseguições e ainda com uma pitada de comédia.

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A história real ocorre em 1985, quando um traficante de drogas deixa cair de um avião uma grande quantidade de cocaína que aterriza no estado de Georgia, em uma floresta. Neste momento, um urso de fato consome parte dessa carga, mas morre em seguida devido à grande quantidade ingerida. Já na ficção, no entanto, a diretora Elizabeth Banks confessa que quis contar “o lado do urso” dessa história, e por isso tenta desvendar o que poderia  acontecer se um animal desse porte sobrevivesse às grandes quantidades da droga, e que efeitos isso poderia ter. É assim que o animal começa a agir de forma incontrolável, atacando moradores da cidade e fazendo com que diversas pessoas se mobilizem para tentar neutralizá-lo.

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A mera figura do urso drogado, que ataca pessoas e também passa a querer mais doses de cocaína a qualquer custo, já deixa claro que o filme não pretende ter compromisso com a realidade. Busca mesmo o descontrole. É por isso que, logo no início do longa, aparece uma informação basicamente vinda da Wikipédia, dizendo que animais como esse não atacam seres humanos – o que deixa claro que, a partir dali, nada merece mesmo a confiança do espectador no que diz respeito a qualquer fidelidade ao real. No entanto, num momento em que o público preza cada vez mais por histórias originais, todo esse absurdo parece fazer sentido e ser mesmo procurado – o que fica claro pela forma com que, desde que o trailer do filme foi lançado, ocorreu todo um hype ao redor da história e diversas cenas dos ataques violentos e explícitos viralizaram. Mesmo assim, a história é mesmo despretensiosa e flerta com o besteirol, sendo feita para os que querem usar os 95 minutos do filme para se divertir.

Conheça mais sobre o caso real

O caso no qual se baseia o filme ocorreu justamente quando Andrew C. Thornton II, um policial que traficava drogas, estava transportando 40 pacotes de cocaína em um avião e começou a achar que estava sendo perseguido. Com isso, começou a jogar pacotes da droga no ar e depois saltou do avião em um pára-quedas com tabletes presos ao corpo, mas o equipamento acabou não abrindo e fez com que ele caísse em queda livre e morresse. A droga caiu na floresta de Chattahoochee-Ocone, local onde um mamífero de cerca de 80 quilos vivia e acabou consumindo a droga em grande quantidade.

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De acordo com o legista que fez a autópsia do animal na época, em entrevista divulgada pelo New York Times, o estômago do animal estava lotado de cocaína, em uma quantidade impossível de suportar. O caso ganhou notoriedade nos Estados Unidos e fez com que, inclusive, a figura desse urso se tornasse um marco no Kentucky, sendo apelidado como “Cocaine Bear” e “Pablo Eskobear”, nome que faz trocadilho com um dos maiores traficantes de drogas do mundo. Além disso, o urso passou a ter um espaço seu no site da cidade, e camisas e canecas estampando o rosto do mamífero passaram a ser vendidas com destaque no local até hoje.

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