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‘Esquinas e vielas’ realiza evento sobre danças urbanas neste fim de semana

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Projeto é voltado para crianças e adolescentes das regiões periféricas da cidade (Foto: Divulgação)
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De uma conversa descontraída, surge uma possibilidade. Raul Magalhães e sua companheira Thaís Souza, em uma quinta-feira de 2019, começaram a pensar em um projeto simples para submeter ao edital do Programa Murilo Murilo Mendes, que envolvesse a dança urbana de Juiz de Fora. De sonho em sonho de cada um que foi entrando no projeto, o “Esquinas e vielas” foi ficando maior, até chegar ao resultado apresentado no começo deste mês e que se encerra neste fim de semana, com workshops, bate-papos, mostra coreográfica e batalhas – tudo voltado à cultura que nasce e se desenvolve na rua.

Raul era uma criança em vulnerabilidade social. Na dança, a partir de uma oficina em sua escola, seus olhos foram abertos à arte. “Eu queria reverberar o que aconteceu comigo há anos.” Por isso, o projeto reúne diversas vertentes, de formação à competição e ação social. O começo se deu com visita de integrantes do “Esquinas e vielas” a instituições sociais das periferias da cidade voltadas a crianças e adolescentes. Nos Bairros Vila Olavo Costa, Dom Bosco, Santa Maria, Bairro de Lourdes e Igrejinha, eles realizaram oficinas e bate-papos que apresentaram a arte urbana. “É tudo muito pelo celular hoje em dia, e eles conseguiram ver as coisas pessoalmente com a gente. Foi um espetáculo para eles. Isso abriu os olhos para coisas diferentes, uma alternativa diferente de prazer e de paixão.”

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Descentralização da cultura

Durante os bate-papos, Thaís conta que foi perguntado se eles conheciam alguns dos equipamentos culturais da cidade, como o Teatro Paschoal Carlos Magno, onde parte da programação do projeto vai acontecer. De acordo com ela, a grande maioria não conhecia nem por nome. “A periferia não desfruta o Centro da mesma forma”, acredita. A ideia, então, foi, além de levar a eles parte do “Esquinas e vielas”, trazê-los a esses espaços como forma de descentralização. “A gente queria que as pessoas pudessem desfrutar desses espaços. As danças urbanas ainda são marginalizadas. Até para os artistas, esse movimento é importante”, diz Thais. Para facilitar o acesso, uma van gratuita foi disponibilizada para levar os interessados que moram longe do Centro ao local onde o evento vai acontecer.
O casal também sentia que faltava um tipo de evento desse nicho que reunisse as várias vertentes da arte urbana e trouxesse nomes importantes para a formação dos artistas de Juiz de Fora. “A gente percebia que, na maioria das vezes, as pessoas tinham que sair de Juiz de Fora para fazer essa formação”, diz Thaís. Raquel Cabaneco, Darlita Albino, Leozin Laureano, JP Black, Speed Roc, Tevez e Marcos Guilherme são professores de outros estados que virão à cidade para ministrar cursos e participar do evento. A troca de experiência se estende ao longo dos três dias e para além da programação.

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O evento

Na sexta-feira (1), acontece a abertura no Estação Cultural, a partir das 18h. Serão ministradas aulas de dança de hip hop, vogue e locking. O dia encerra com apresentação do DJ Flacko em formato de cypher, com abertura da pista ao público. No sábado (2), as oficinas continuam pela manhã, com aulas de popping, house, locking e afro dance. Já à noite, no Teatro Paschoal Carlos Magno, acontece a mostra “Esquinas e vielas”, com apresentações da cultura urbana como um todo, além da dança, incluindo grafite, hip hop, apresentações de MC ‘s, entre outros. No domingo (3), o evento encerra com mais aulas pela manhã, de breaking e hip hop, no Estação Cultural. À tarde, no Teatro, acontecem as batalhas de breaking, open style e hip hop, com premiação. As inscrições para as oficinas já foram encerradas, mas os outros eventos são gratuitos e abertos ao público.

 

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