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Setor de eventos busca apoio para projeto no Congresso

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Abrape estima que, sem eventos, prejuízo do setor já passa da casa dos R$ 90 bilhões (Foto: Pixabay)
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Várias emissoras de rádio de Juiz de Fora, entre elas a CBN Juiz de Fora e a Mix Juiz de Fora, participam nesta semana de uma campanha para conscientizar a população quanto à necessidade de auxílio ao setor de eventos. Uma das mais afetadas pela pandemia de Covid-19, a atividade econômica aguarda aprovação de projeto no Congresso Nacional para tentar remediar a situação de um segmento que, de acordo com a Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), gera aproximadamente 6 milhões de empregos e é responsável por cerca de 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

A campanha, com spots de 30 segundos, tem o objetivo de angariar apoio para o projeto de lei 5.638, do deputado federal Felipe Carreras (PSB/PE), que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O projeto reúne medidas que buscam viabilizar a sobrevivência do setor que, de acordo com a Associação, precisa seguir honrando diversos compromissos financeiros enquanto não pode retomar suas atividades, além de gerar capacidade econômica para quando as atividades puderem ser retomadas.

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Entre as propostas está a concessão de linhas de crédito específicas com instituições financeiras federais para o fomento de atividades e capital de giro, entre outros; e extensão das condições da Lei 14.020 no que diz respeito à suspensão e redução dos contratos de trabalho do setor, e também quanto ao adiamento e cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de turismo e cultura.

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Aprovação na Câmara

De acordo com o produtor de eventos Jonas Ribeiro, o projeto de lei que cria a Perse já foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora aguarda votação no Senado. No caso da campanha nas rádios, o objetivo é levar as necessidades do setor ao maior número de pessoas para ajudar na sensibilização dos senadores quanto ao tema. “Nossa campanha busca levar o maior número possível de pessoas a enxergar isso e pedir apoio ao seu candidato. Sabemos que política é movida pelo número de pessoas que se mobilizam. Ao mesmo tempo, estamos fazendo ações locais junto à Prefeitura e Secretaria de Turismo, que iniciou a campanha de arrecadação de alimentos. E estamos cobrando ações de incentivo locais, como desconto no IPTU, desconto no ISS (Imposto Sobre Serviços) quando voltarmos a trabalhar para poder ajudar na nossa arrecadação”, diz.

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Prejuízo bilionário

Ainda de acordo com Jonas, tanto a campanha pelo Perse quanto as demandas junto à Prefeitura são indicadores de um momento dramático vivido pela área de eventos, que não se restringe a shows mas também palestras, formaturas, bailes de 15 anos, entre outros, e setores indiretos, como o de salões de beleza, aluguel e roupas, músicos, seguranças etc, que viram seus faturamentos diminuírem dramaticamente em períodos como no início do ano, em que costumam acontecer as festas de formatura.

“É um setor que está muito esquecido, com pessoas passando fome, principalmente o pessoal que chamamos ‘da graxa’ (profissionais dos bastidores). Para as empresas também não está fácil, e precisamos que essa situação seja vista com carinho, pois fomos impactados com muito mais força”, afirma. A Abrape estima um prejuízo que já passa da casa dos R$ 90 bilhões para o setor ao longo da pandemia.

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“Vivemos um momento terrível”, prossegue Jonas. “Não discutimos mais a volta dos eventos em sua plenitude, pois só acontecerá depois de todos vacinados, e a vacinação está a passos de cágado. Por isso, precisamos de um projeto tão amplo para contemplar o máximo possível de pessoas e o mercado ter condições no futuro de voltar, pois mesmo quem estava preparado já gastou suas gorduras. Quando os eventos voltarem, teremos que comprar estoque, contratar artista, é preciso ter dinheiro para reinvestir. E esse projeto vai ajudar as empresas a pagarem salário, contas como aluguel, IPTU, água, luz. Posso dizer que 95% do setor estão totalmente paralisados, uma pequena parcela ainda sobrevive com lives, por exemplo.”

Peregrinação a Brasília

Jonas Ribeiro conta que a Abrape encabeçou o movimento pelo projeto de lei, desenvolvendo seu texto com deputados e senadores. “Mas houve uma mobilização de todo o setor no país inteiro, com associações comandadas pela Abrape indo até o Congresso. Grupos de produtores foram aos escritórios de cada deputado para explicar o projeto. Foi um trabalho que deu resultado, pois foi aprovado na Câmara com grande maioria.”
Enquanto a situação não volta ao normal e o projeto não é aprovado no Congresso, os produtores de eventos em Juiz de Fora lutam com as armas que têm. É o caso da produtora musical e compositora Ligya Alcantarino, que tem encontrado nos editais a tábua de salvação.

“A situação está lamentável, uma tristeza só. No meu caso, temos nos virado com as lives e projetos que tínhamos conseguido aprovação e fazer a captação”, afirma, citando o Circuito Sons de Minas, realizado por meio da Lei de Cultura do Estado de Minas Gerais, em que o Dudu Lima Trio recebe artistas convidados.

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“Fizemos o Circuito entre janeiro e março, com apoio da Energisa. Era um projeto que seria presencial, mas precisou ser adaptado para as lives. Estamos batalhando para continuar com o projeto e nos virando, mas está complicado manter a equipe. Sem as leis de incentivo e apoio de empresas, é quase impossível. Só o Circuito Sons de Minas ajudou cerca de 50 pessoas, entre artistas, profissionais e técnicos.”

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