A Praça Antônio Carlos pode não ser uma avenida propriamente dita, mas, com a estrutura prevista para a celebração das cinco décadas dos desfiles, é bem capaz de o público se imaginar cruzando a Brasil. “Queremos fazer uma festa como se fosse um desfile mesmo, e todas as escolas abraçaram muito bem o evento. A intenção é promover essa união em prol do crescimento do carnaval da cidade. Vamos ter duas surpresas”, entrega a assessora da Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora (Liesjuf), Rosiléa Archanjo, adiantando a ordem de apresentação (ver quadro), a partir das 14h. Às 20h, o encerramento ficará por conta do grupo Melhor Assim.
Negras, brancas e morenas
Uma das atrações mais esperadas por quem curte relembrar os velhos carnavais de Juiz de Fora, o bloco Domésticas de Luxo começa a ocupar o Parque Halfeld às 11h, com previsão de descer o Calçadão às 13h30. Com tons de pele variados, os 150 integrantes também farão reverências ao cinquentenário desfiles das Escolas de Samba, reunindo ritmistas, compositores e mestres de baterias de várias agremiações da cidade. Marcados pela bateria do mestre Ary Filho, da Turunas do Riachuelo, os componentes ainda homenagearão Pedro Halfeld, antigo integrante agraciado com o título de patrono do bloco.
Como, nesta edição, a ideia é cantar para quem quiser ouvir que o “Domésticas de luxo é multicor”, a opção foi buscar os coloridos das décadas de 1960 e 1970. “Estamos com sombrinha, óculos de gatinhos e diversificados em termos de estampa. Queremos resgatar a pureza, a sensualidade, a alegria e o colorido daquela época que a gente nunca esquece”, comenta o presidente Odério Filho, que faz questão de abençoar os “novos afilhados” da agremiação. À frente das pretinhas, desfila, pela primeira vez no carnaval da cidade, o bloco Os Mordomos, formado só por mulheres, sendo a maioria esposas e companheiras das Domésticas de Luxo. A presidência é de Denise Balmant e Cláudia Prado Dias. “São 30 integrantes, e elas estão pegando fogo. No próximo ano, terão um dia só delas.”
Além de encabeçar a campanha de doação de sangue para o Hemocentro de Juiz de Fora, como já faz há algum tempo, em 2016, o bloco acrescenta à sua lista mais uma causa social, levando para o desfile o samba do carioca, radicado em Juiz de Fora, Chico Anisio. “Fala da importância do combate à dengue, com uma linguagem que estimula as crianças a começarem a observar o problema do acúmulo de água. Temos sempre essa preocupação social. O interessante é que as doações de sangue sejam feitas agora, nesse momento emergencial, mas quem for viajar pode esperar passar a festa.”