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Entrevista: Zeca Baleiro fala sobre seus últimos lançamentos e promete um álbum de forró para o próximo ano

Zeca Baleiro
Show apresenta sucessos da carreira de Zeca Baleiro, além de “lados B”, releituras e últimos lançamentos (Foto: Necka Ayla/ Divulgação)
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Na estra com a turnê “Depois da primavera”, Zeca Baleiro chega à Juiz de Fora nesta sexta-feira (29) para um show no Cine-Theatro Central, a partir das 21h. O repertório inclui as canções que marcaram sua carreira, além de “lados B” e músicas de seus álbuns mais recentes. Não vão faltar também as releituras de outros compositores que marcam sua trajetória na música. Os ingressos podem ser adquiridos no Sympla.

“Depois da primavera”, nome do show, é também uma das músicas de “Mambo só”, um dos álbuns lançados por Zeca Baleiro em 2023. Misturando, como de costume, várias referências e, ainda, trazendo diversas críticas às redes sociais, o trabalho conta com 14 músicas que são, como de costume em sua discografia, crônicas do dia a dia.

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Ainda em 2023, o cantor e compositor maranhense lançou “O samba não é de ninguém”: um mergulho no gênero a moda dos clássicos brasileiros. Um movimento, inclusive, como contou em entrevista à Tribuna, que tem se intensificado em sua carreira: a vontade de lançar trabalhos que abordem um único gênero.

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Zeca Baleiro é um músico que gosta dos encontros. E isso fica ainda mais claro por meio dos álbuns em parceria que lança desde sempre. Só em 2024 foram dois: “Ao arrepio da lei”, com Chico César, seu grande parceiro, e “Coração sangrento”, com Wado. Teve ainda, neste ano, como conta, composições feitas com Lô Borges e Vicente Barreto. “Gosto dessa troca, acho muito instigante.”

Acompanhado de sua banda, formada por Tuco Marcondes (guitarras e vocais), Pedro Cunha (teclados, samplers e vocais), Fernando Nunes (baixo) e Kuki Stolarski (bateria e percussão), as músicas ganham cara nova. Uma forma calorosa de estar ao palco e compartilhar essas histórias. O show é realizado pelo Sindicato dos Professores de Juiz de Fora, como parte da programação em comemoração aos 90 anos da entidade. “O show é um momento de entrega, de explosão, gosto muito de estar no palco.”

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Leia a entrevista completa com Zeca Baleiro

Tribuna: Em tempos de foco em single, como você vê a importância dos álbuns?

Zeca Baleiro: Olha, eu sou de uma geração que preza o álbum, a narrativa do álbum. Gostava quando era só ouvinte e continuei a gostar quando virei fazedor de discos. Acho bacana e válido fazer singles, mas tenho um certo apego ao disco. Vou continuar produzindo e lançando vários, porque faz sentido para mim.

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Fica pensando também no Zeca Baleiro compositor. Muitos falam que a composição surge do ócio, por exemplo. Como é isso para você?

Meu processo de composição é caótico rs. Não tenho ritual. Gosto de trabalhar no silêncio, coisa rara hoje em dia. Mas hoje consigo compor até no trânsito de São Paulo, se precisar. Tudo é uma questão de exercício. Lógico que ter tempo vago/ócio ajuda na criação, leva à contemplação, ao vazio, à observação do mundo…

A fusão é uma das características do seu trabalho. E isso define, de certa forma, o seu trabalho, né?!

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Gosto de experimentar, de passear pelas linguagens, é muito divertido. Eu comecei a carreira discográfica em um momento em que essa fusão estava em alta, por isso talvez meus primeiros discos tenham tido tanto êxito. Mas agora já começo a ir na contramão (risos), a querer fazer discos mais “puros”, de gênero. Assim como fiz um de samba ano passado, no próximo ano quero fazer um de forró.

Inclusive, queria que falasse sobre “O samba não é de ninguém” e sua imersão nesse estilo a partir do álbum.

Sempre amei o samba e compus samba, mas nunca o “pratiquei” à vera. Os sambas que gravei nos meus discos de carreira têm um sabor um tanto “paródico”. Este disco, não. Ele reverencia o samba dos grandes sambistas, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Zé Keti, Cartola… Ao menos busca se aproximar desse universo de emoções. Tem sido delicioso fazer esse show eventualmente, com uma banda expert em samba, em que também canto clássicos do gênero. O samba é pura majestade.

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Em “Mambo só” você tece algumas críticas às redes sociais. De que forma ela afeta seu trabalho e como é sua relação?

Tenho meus limites com relação às redes sociais, faço um uso que julgo discreto. Mas há uma interação bonita com o público nas redes. Calorosa, porém profissional. Não mostro minhas férias, por exemplo, não tenho interesse nesse tipo de comunicação.

Serviço
Turnê “Depois da primavera” de Zeca Baleiro
Sexta-feira (29), às 21h
No Cine-Theatro Central

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