A 2ª edição da Caminhada Lésbica de Juiz de Fora acontece nesta quinta-feira (29) com o mote “Parem de nos matar: Pelo fim do lesbocídio!”. O evento é realizado em agosto, quando são celebradas datas importantes para a comunidade. A concentração começa a partir das 16h, em frente ao Cine-Theatro Central, com saída da passeata às 18h, em direção à Praça Antônio Carlos. Neste ponto, também será feito um sarau com artistas lésbicas juiz-foranas.
O evento tem o propósito de conscientizar a população da cidade sobre os casos de homicídios motivados pelo lesbo-ódio (termo utilizado pelo coletivo e que determina o preconceito contra lésbicas), a subnotificação dessas ocorrências e os ataques contra essa população. O coletivo que organiza a caminhada compõe o Levante Nacional Contra o Lesbocídio, movimento iniciado após a morte de Ana Caroline, jovem de 21 anos, negra e lésbica desfeminilizada que, em dezembro de 2023, foi brutalmente assassinada na cidade de Maranhãozinho (MA).
A ideia de trazer o lesbocídio como mote da caminhada busca aumentar a reflexão e a visibilidade para os casos. “Muita gente questiona o porquê da caminhada, e a resposta é muito simples: nós queremos ser vistas e lembrar as pessoas que, por mais que tentem nos apagar, as lésbicas existem em Juiz de Fora”, destaca Isabela Carpinski, que faz parte do coletivo organizador. Ela também ressalta que a principal preocupação do grupo é criar um lugar em que as mulheres possam ter orgulho de se assumirem lésbicas e viver sua lesbianidade sem represálias. “Este ano, a gente ainda levanta a bandeira contra o lesbocídio, lutando pela criminalização nacional da lesbofobia e pedindo justiça por todas as mulheres lésbicas que foram assassinadas graças ao ódio contra nós, tão disseminado na sociedade”, diz.
O mês de agosto foi escolhido para a caminhada lésbica para rememorar duas datas importantes para a comunidade e sua luta pela garantia de direitos: o Dia do Orgulho Lésbico, celebrado no dia 19, em homenagem ao episódio de revolta lésbica no Ferro’s Bar, liderado pelo Grupo de Ação Lésbica Feminista (GALF) e conhecido como o Stonewall brasileiro; e o Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado no dia 29, mesma data em que foi realizado o 1° Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), em 1996.
Câmara rejeita dia de enfrentamento
Na quarta-feira (28), a Câmara Municipal de Juiz de Fora rejeitou, por 6 votos a 3, um Projeto de Lei para instituir o Dia Municipal de Enfrentamento ao Lesbocídio, que seria celebrado, anualmente, no dia 29 de agosto.
Votaram contra os vereadores Dr. Antônio Aguiar (União), João Wagner Antoniol (MDB), Tiago Bonecão (PSD), Sargento Mello Casal (PL), Vagner Evangelista (MDB) e Bejani Júnior (PSB). Os votos favoráveis foram de Tallia Sobral (PSOL), autora do projeto, Cida Oliveira (PT) e Laiz Perrut (PT).