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Cartas a JF: uma das mais belas cidades do Brasil

fernando sergio capa
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Fui surpreendido com a boa ideia da “Tribuna de Minas” solicitando cartas em homenagem à nossa querida Juiz de Fora. Estou no Rio de Janeiro há 48 anos, mas jamais deixei de levar Juiz de Fora no meu coração, na minha alma. Nascido em Cruzeiro, São Paulo, com apenas dois anos de idade migrei com meus pais e meu irmão para Juiz de Fora. Aqui no Rio costumo dizer que sou “pauliMINEIRÓca”, no entanto, reparem, que nessa soma de palavras, a única verdadeiramente inteira é “mineiro” com acento, ou seria assento de cidadania?!

Pois é, em Juiz de Fora cresci, estudei e tornei-me profissional do rádio, já que um dia aprendi nas extintas rádios Difusora, Industrial e PRB-3 que, com certeza, muitos sequer sabem que existiram e foram líderes de audiência. Trabalhei também na extinta TV Industrial e, aos 19 anos, fiz estágio de jornalismo na Rádio Itatiaia de Belo Horizonte.

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Em 1970, depois de um ano em BH, voltei para Juiz de Fora e, como fazia teatro paralelamente ao rádio, fundei o Grupo Imagem de Teatro e ganhei o concurso da Secretaria de Cultura de JF como “Melhor Autor de Teatro da Cidade”, com a peça “Terra do Anjo e do Diabo”, premiação recebida na então Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora, presidida pelo reitor de então com as honrosas participações do secretário municipal de Cultura, Murilo de Avellar Hingel e do então prefeito, Itamar Augusto Cautieiro Franco.

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Como estava recém-casado e já com o primeiro filho por criar, cedi ao convite do Rio de Janeiro e, desde então, trabalhei como rádio-ator e comunicador na Rádio Continental, no Sistema Globo de Rádio (Globo, 98 FM e Mundial), e nas rádios Tamoio, Manchete e Tupi. Também trabalhei nas TVs Excelsior, Globo e Rio.

Hoje, passados 48 anos da minha saída de Juiz de Fora, ainda assim posso dizer que aí foi a minha grande escola e recordo com carinho excepcionais profissionais do rádio, como o meu irmão, o saudoso repórter Antonio Célio, os irmãos Heitor Augusto e José Carlos de Lery Guimarães, Ivan Costa, Mário Helenio, Geraldo Magela Tavares e o competente Wilson Cid, entre outros que a memória não favorece, uma vez já gasta pelo tempo.

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Hoje, infelizmente, meus pais que aí moravam já estão na morada eterna. Mas, cada vez que vou a Juiz de Fora, até de maneira incógnita, não me canso de passear pelas suas ruas, na maioria das vezes a pé. Revejo no meu pensamento cenas da minha infância, da minha juventude, dos meus estudos e relembro alguns dos rostos que marcaram época nesses anos dourados da minha vida. A última vez que estive aí foi por ocasião do carnaval deste ano. Andei muito e admirei suas ruas limpas, a fidalguia do seu povo, o sotaque mineiro que perdi e relembrei o bonde que pegava na infância no Largo do São Roque para descer no Parque Halfeld e, com apenas 12 anos de idade, subir esbaforido a ladeira que me conduzia ao saber; que me conduzia à querida Academia de Comércio.

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Hoje, 22 prêmios na carreira de radialista, durante anos tendo obtido o primeiro lugar de audiência como comunicador, entre outros o título de Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro; Comendador de Angra dos Reis, Prêmio Lions de Comunicação, Mérito Mantiqueira de Cruzeiro, além de menções e honrarias, confesso, tudo isso trocaria de bom grado pela volta aos meus bons tempos de juventude na minha querida e inesquecível Juiz de Fora! É, queridos, eu saí de Juiz de Fora, mas Juiz de Fora jamais saiu de mim. Cuidem bem da nossa cidade porque ela está, sem dúvida, entre as mais belas do Brasil.

Fernando Sérgio Grandinetti Pinto
(mais conhecido como Fernando Sérgio)
Ator, escritor, comunicador de rádio, jornalista

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