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125 anos da Biblioteca Municipal Murilo Mendes: história, memória e inovação

FELIPE COURI BIBLIOTECA MUNICIPAL 04
FELIPE COURI BIBLIOTECA MUNICIPAL 02
Desde 1897, a Biblioteca Municipal Murilo Mendes acumula um acervo de mais de 75 mil livros, sendo a maioria disponível para empréstimo (Foto: Felipe Couri)
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Em 2022, a Biblioteca Municipal Murilo Mendes completa 125 anos de história. Sua inauguração aconteceu em 28 de dezembro de 1897 e, desde então, acumulou mais de 75 mil exemplares, sendo a maioria disponível para empréstimo para todos os juiz-foranos. Mudou-se de endereço algumas vezes, até que se fixou de vez no Complexo Mascarenhas, conquistando um espaço perto da movimentação das pessoas. A biblioteca é guardiã de um acervo raro de livros, revistas, jornais e outras preciosidades, que quem frequenta bem reconhece. São obras que já passaram de mão em mão, de geração para geração, e hoje compõem um espaço que busca avançar para se tornar ainda mais democrático.

A história da Biblioteca Municipal Murilo Mendes teve início em 1889, quando a Câmara Municipal buscou criar uma Biblioteca Pública em Juiz de Fora, entendendo a importância que isso teria para o desenvolvimento da cidade. Anos depois, esse ainda é lembrado como um dos equipamentos mais antigos de acesso ao público e, para a diretora-geral da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), Giane Elisa, que controla o espaço, a importância da Biblioteca Municipal se liga justamente a essa evolução que ela teve com o tempo. “É um espaço que pode acolher todos de Juiz de Fora e que tem impressa a história da construção da cidade”, diz. Mais que isso, para ela, a instituição também é um local de fruição popular – tendo sido inaugurada em um palácio, agora a biblioteca também se aproxima mais do povo e da cidade. “O complexo Mascarenhas é um espaço democrático, e a biblioteca estando lá agora ocupa esse local tão importante, que está perto do centro”, diz.

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Ao longo dos anos, a biblioteca também conquistou um significativo acervo, que conta inclusive com muitos livros, revistas e jornais raros, que atrai pesquisadores da cidade para suas estantes e até outros tantos de vários estados brasileiros que procuram as edições únicas que ali se encontram. No momento, no entanto, Giane também quer que a biblioteca seja mais que isso e que as características que trouxe em sua inauguração, tantos anos atrás, possam se adaptar para o mundo atual. “Não queremos que seja só um lugar de silêncio, de estudo. Não vamos deixar essas características de lado, mas queremos acrescentar outras. Por exemplo, trazer os escritores da cidade, trazer saraus e pesquisas coletivas para esse espaço”, explica.

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O aniversário, portanto, é comemorado também pensando no futuro da Biblioteca. A diretora enxerga esse futuro se fundindo com alguns conceitos chaves para atrair pessoas e inovar dentro desse local – incluindo informatização, acesso à internet e mais dinamicidade. “Estamos pensando nesse novo conceito de uso para a biblioteca. É mais que frequentar, é vivenciar de perto mesmo tudo que ela pode oferecer”, diz. As obras na praça e a própria campanha de aniversário, nesse sentido, são vistas pela diretora como importantes para reacender o desejo de ocupar esse espaço.

Inovando e se aproximando do público

Quando a Biblioteca foi idealizada, há mais de um século, a ideia de um espaço desse tipo era bastante diferente, inclusive porque o acesso à informação era tido de outras formas e também restrito a um grupo mais limitado de pessoas. É por isso que Giane, neste momento, ressalta a necessidade do prédio “ir se adequando às demandas da população”. Atualmente, espera-se que esse local sirva para bem mais que ler livros e pegá-los emprestados.
“Precisamos que seja um local mais informatizado. Por isso, é preciso pensar no prédio, como faremos as obras, pensar como a biblioteca entra na modernização desse complexo”, explica Giane. Em sua visão, além das reformas, é essencial para essa nova visão trazer novos usos para o local, e, inclusive, fazer eventos para quem escreve, quem lê e quem quer ouvir histórias e memórias de Juiz de Fora.

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Campanha de doação

Justamente para comemorar os 125 anos, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) lançou a campanha “Esse acervo é meu também!”. A ideia é incentivar a doação de livros de literatura para o acervo, sendo aceitas obras em bom estado, de todos os gêneros, incluindo gibis. A orientação é de que os indivíduos entreguem o livro diretamente na biblioteca, registrar uma foto na hora da entrega e postar em seu instagram pessoal, marcando @funalfacultura. As imagens serão compartilhadas nas redes sociais da Funalfa.

A diretora nota que a campanha tem mais que o objetivo de aumentar o acervo – “é uma forma de aproximar ainda mais a população da biblioteca”. Ela mesmo revela que foi frequentadora da biblioteca durante muitos anos e sentiu de perto o quanto a literatura pode ser transformadora na vida das pessoas. “Queremos atrair novos públicos, incentivar o gosto pela literatura e leitura, pela arte de modo geral e suas manifestações. Não queremos só compor o acervo, mas aproximar as pessoas da vida da biblioteca, para que se torne a vida delas também”.

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