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Músicos locais fazem show em homenagem ao centenário de Geraldo Pereira

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Ô que samba bom o de Geraldo Pereira. Não deixa ninguém parado. “Eu nesse samba/ vou me acabar/ num samba desses/ vale a pena a gente entrar”, diz a música já gravada por Cyro Monteiro e Elza Soares. Nesse e em outros sambas de Geraldo Pereira continua a valer a pena entrar. No ano do centenário do compositor nascido onde hoje é o distrito de Torreões e crescido no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, o samba do presente de Juiz de Fora reverencia o homem do samba bom. “Estamos no ano comemorativo, com eventos no país todo, de Rio de Janeiro a São Paulo, até em Londrina e em vários outros lugares. Teve um programa numa rádio web de dez horas só falando do trabalho dele. Na cidade onde ele nasceu, não aconteceu muita coisa. Batendo um papo com Roger e Coração, percebemos que não poderíamos deixar passar em branco. O pessoal gostou da ideia, eu fiz uma pesquisa de repertório, distribuí cinco ou seis músicas para cada um e chegamos ao show montado”, conta o músico e pesquisador Márcio Gomes, convidando para “Oi que samba bom – Homenagem a Geraldo Pereira”, nesta quarta-feira, 28, às 20h, no Bar da Fábrica.

Nascido em abril de 1918, Geraldo Pereira o sambista de biografia imprecisa pode ter nascido onde hoje é o distrito de Torreões, mas viveu boa parte da vida no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

As cerca de 30 músicas que compõem o espetáculo contemplam tanto as clássicas “Falsa baiana” e “Pisei num despacho” quanto outras canções menos conhecidas de Geraldo Pereira, como os sambas mais lentos “Lar desabitado”, “Pedro do pedregulho”, “Resignação”, “Ainda sou seu amigo” e “Mais cedo ou mais tarde”. “O pessoal canta mais ‘Sem compromisso’, que foi gravada pelo Chico Buarque, e muita gente até acha que é do Chico. Mas ele tem muitas outras músicas bonitas, inclusive samba-canção. Temos Geraldo como o grande compositor de samba sincopado, mas ele tem marchinha de carnaval, samba carnavalesco e samba-canção”, destaca Gomes, que ainda propôs medleys para dinamizar e ampliar o alcance do repertório executado por um grupo numeroso. Enquanto nos vocais revezam-se Alexandre Pereira, Coração, Dionysia Moreira, Gabriel Campos e Roger Resende. No violão de 7 cordas, Armando Júnior e Wellington Duarte. Na percussão, estarão Márcio Gomes e Carlos Fernando, além de Fabrício Nogueira no cavaquinho e Fernando Drummond no trombone.

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Segundo Gomes, apesar de integrar o repertório de diferentes cantores e grupos da cidade, Geraldo Pereira não é uma influência direta em sua terra natal. “Não vejo tanto em nosso samba o estilo dele. A influência está mais na cena nacional que local. Ele pegou o samba feito na época, chamado samba teleco-teco, que compunham com caixinhas de fósforo, e se apropriou dessa linguagem e fez grande parte da sua obra nesse estilo, que depois o pessoal começou a chamar de samba sincopado. Os sambas mais conhecidos dele são nesse estilo, sempre com a figura do cara boêmio que frequenta a gafieira. Ele era um cronista de costumes, falando do ambiente social que ele frequentava muito, na Lapa. Ele tocava violão e tinha muitos detalhes na melodia”, comenta o pesquisador, destacando um traço irrevogável do sambista centenário: “Os sambas dele são dançantes.” São sambas bons.

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OI QUE SAMBA BOM – HOMENAGEM A GERALDO PEREIRA
Show nesta quarta-feira, 28, às 20h, no Bar da Fábrica (Praça Antônio Carlos)

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