O Circuito ViJazz & Blues Festival encerra a sua edição 2016 neste domingo com apresentações em Viçosa (onde surgiu, em 2007), Belo Horizonte e Juiz de Fora, com o parque do Museu Mariano Procópio recebendo as apresentações dos locais do La Macchina e da cantora e multi-instrumentista norte-americana Deanna Bogart, em sua primeira passagem pelo Brasil. O evento, que este ano apresentou atrações como Eumir Deodato, Dudu Lima Trio, Marcos Ariel, Ana Cañas e o alemão Markus Engelstaedter, teve início no último dia 17 e também passou por Ponte Nova, oferecendo ao público atrações que iam além do jazz e blues, passando por rock, MPB e outros ritmos.

Integrante do evento desde 2012, Juiz de Fora terá duas atrações na edição deste ano. Uma delas é conhecida dos palcos da cidade: o quarteto La Macchina, que recentemente lançou seu álbum de estreia. Para o show, o grupo vai apresentar algumas canções do seu trabalho autoral, marcado pela forte presença do rock, blues, soul e jazz, além de versões para canções de Led Zeppelin, Rolling Stones, The Police e uma interpretação de “Summertime”, de George Gershwin, que o vocalista da banda, Alvaro Rosa, garante que será “do jeito nosso”.

“Nossas versões costumam ser em tons diferentes, sem um refrão, uma estrofe, com nossos arranjos. Na verdade tocamos tudo bem do nosso jeito. ‘Summertime’, por exemplo, é um blues sem ser Janis Joplin”, explica Alvaro, que vê no festival uma oportunidade importante de solidificar o som do La Macchina perante o público local. “É um passo a mais no sentido de não apenas mostrar o trabalho, mas de posicioná-lo na cena local. Sabemos que o que a gente faz não é um jazz standard, mas também não é um rock and roll clássico. (Este) é o público para quem queremos mostrar nosso trabalho. Um evento com essa importância, em seu décimo ano, nos incluir só mostra que estamos conseguindo nos fazer ouvir.”

O ‘blusion’ de Deanna Boggart

A outra atração do ViJazz na cidade é a incansável artista norte-americana Deanna Boggart. Nascida em Detroit (cidade importante para o crescimento do blues e terra da gravadora Motown), a cantora, compositora, multi-instrumentista e produtora é capaz de direcionar sua habilidade ao piano e saxofone para gêneros como o blues contemporâneo, jazz, country e boogie-woogie, resultando numa sonoridade que a própria artista classifica como “blusion”.

Depois de passar por cidades como Phoenix e Nova York nos primeiros anos de vida, Deanna tocou com a Cowboy Jazz e Root Boy Slim antes de partir para a carreira solo, iniciada em 1991 com o disco “Out to get you” e que já totaliza dez trabalhos, incluindo “Pianoland”, “Eleventh hour”, “Just wish a way” e o DVD “Everybody has a story”. O reconhecimento do seu trabalho veio com três prêmios consecutivos (2008 a 2010) no Blues Music Awards na categoria melhor músico de sopro, honraria com a qual voltou a ser agraciada em 2015.

Para os shows no Brasil (além de Juiz de Fora, ela tinha apresentações agendadas dentro do Circuito em Belo Horizonte, Ponte Nova e Viçosa), Deanna tem a companhia dos músicos brasileiros Big Joe Manfra (guitarra), Cesar Lago (contrabaixo) e Claudio Infante (bateria).