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Um novo passo

disco vivenci
João Nascimento e os irmãos Victor e Vinícius Polato apostam no segundo trabalho independente
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Fazer música é saber que não se pode dar um passo para trás. Além de manter o peso das guitarras, o trio juiz-forano Vivenci teve moral de aguentar o peso da responsabilidade de lançar um segundo trabalho que mostra evolução em relação ao seu excelente EP de estreia, disponibilizado em 2014. Com o mesmo número de canções de seu antecessor (seis), “O seguinte” foi lançado na última sexta-feira, com direito a show no Muzik, e está disponível para audição e/ou download gratuito no canal da banda no YouTube (Vivenci JF) e também no SoundCloud.

Contando com a mesma formação desde seu surgimento, em 2012, o trio formado por João Nascimento (bateria) e pelos irmãos Victor (vocais e baixo) e Vinícius Polato (guitarra e vocais) gravou o segundo EP em junho de 2015, no Estúdio Maquinaria, com a produção e mixagem de João Cordeiro, e masterização de Maurício Ávila. No repertório, temas que já eram conhecidos desde o trabalho de estreia, como amor, amizade, política “e até mesmo a própria vivência como banda”, como explica Victor. Apesar de toda a sinceridade contida nas letras e a visceralidade das melodias, o Vivenci segue vencendo seus leões diários como tantas bandas independentes que buscam seu lugar ao sol contando apenas com o suor do próprio rosto. “Tentamos fazer a prensagem (do CD), mas não conseguimos. Quando vimos que já estávamos no meio do ano, resolvemos nos concentrar no lançamento dos vídeos que foram feitos durante a gravação”, explica o baixista/vocalista. “Isso fez com que as pessoas já tivessem contato com metade do trabalho. A resposta dos vídeos foi ótima, então desencanamos do lançamento físico e fizemos totalmente on-line. Agora vai ser foco na divulgação, mas em algum momento vai rolar o CD. Quem sabe até com uma reedição do primeiro?”

Já o processo de gravação em si foi uma questão de exercitar a musculatura musical. “Estávamos nos sentindo meio estagnados cerca de três meses antes das gravações. Percebi que não compunha há tempos, então peguei alguns rascunhos que tinha, tanto de letra quanto de música, e montei as seis músicas que estão no EP. Levei para o ensaio, mostrei para os meninos e desenvolvemos um arranjo simples para todas, de um jeito que conseguiríamos gravar ao vivo, sem backing vocal ou base de guitarra para solos e gravamos. Pronto”, conta. “Ajudou a simplificar a linguagem. Hoje, quando fazemos músicas juntos, sai tudo mais fácil.”

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Longe do desânimo

As dificuldades de se batalhar na indústria fonográfica podem até desanimar muita gente e fazer com que outros artistas joguem a toalha, mas Victor acredita que com o Vivenci a história é bem diferente. “Somos muito amigos, nos ajudamos muito em tudo; mas, ao mesmo tempo, temos muito respeito pelo espaço de cada um. Para mim, que já toco desde 2000, a banda já deu mais que certo. Tocamos nos lugares que queríamos, tocamos nossas músicas, temos o respeito dos músicos da cidade. Consigo conciliar a banda com meus compromissos familiares, então já me sinto realizado. Mas os meninos, que são dez anos mais novos que eu, vêm com um gás de querer conquistar espaço, visibilidade, as vitórias que toda banda deseja. Então fica um balanço muito legal, mesmo com as dificuldades normais que toda banda independente passa”, aponta, sem se esquecer de mostrar que a banda realmente está disposta a mostrar serviço, com cerca de cem shows no currículo em quase quatro anos de existência – o próximo, inclusive, está marcado para sábado no Dellano Rock Bar.

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