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Coral Pró-Música celebra cinco décadas de atividade com concerto neste sábado no Central

PRO MUSICA Maria Fernanda Braga Divulgacao
O coral, que surgiu em 1973, é um dos primeiros grupos musicais criados pelo Pró-Música e sempre teve a proposta de levar a música para todos os cantos da cidade (Foto: Maria Fernanda Braga/ Divulgação)
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O Coral Pró-Música completa 50 anos. E, para celebrar esse marco, o grupo realiza um concerto, neste sábado (28), a partir das 19h30, no Cine-Theatro Central. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro. A apresentação conta ainda com a participação do sexteto de cordas da Orquestra Pró-Música e da pianista Clara Mira, que também faz parte da orquestra. 

São 50 anos sem pausa. O Coral Pró-Música, de certa forma, nunca parou. Passou pela pandemia, um dos momentos mais difíceis dessas cinco décadas, e, mesmo assim, se manteve ativo, da forma como dava naquele momento, à distância. Tudo isso para manter o que sempre foi o foco, como aponta Victor Cassemiro, regente do grupo: “Levar música para todas as plateia da cidade”. E foi essa permanência e o olhar especial para a música de concerto, principalmente entre os séculos XII e o XX, que fizeram com que o coral se portasse como uma referência cultural para a cidade e até para o Brasil. 

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Inclusive, essa proposta de levar a música para todos os cantos da cidade é a ideia que o Pró-Música sempre teve, desde sua criação, dois anos antes do coral. Isso justifica, por exemplo, o fato de o coral ser um dos primeiros grupos musicais criados pelo espaço, em 1973. Ele começou sendo conduzido por Maria Aparecida Costa e Cyrilo Mendes, realizando recitais uma vez por mês. Nesses 50 anos, outros diversos nomes passaram por ele. E, desde 2015, é Victor quem faz a regência. 

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De acordo com ele, é perceptível que, desde sempre, o coral teve uma preocupação específica com a difusão da música colonial brasileira e a música de concerto no geral. Mas, com o tempo, foi entendendo que outros tipos de música também eram bem-vindos. “A gente abriu oportunidade para que a música popular também pudesse fazer parte do repertório do grupo. Não deixando de lado a música de concerto. Mas mostrando que não existe uma música melhor que a outra. Existe uma música produzida em uma época e a música que é produzida hoje e as duas têm sua importância. Até porque não precisa existir uma distinção entre esses dois tipos de música. Uma não precisa morrer em detrimento da outra. Ainda é difícil mostrar isso. Mas, devagar, a gente vai conseguindo, mantendo isso como foco.” 

Outra preocupação do Coral Pró-Música é trabalhar diversos tipos de repertório, apresentando desde os compositores estrangeiros mais renomados a músicos brasileiros contemporâneos que ainda não são tão conhecidos. A busca por novas músicas é constante. Faz parte do trabalho que antecede os concertos, e é fundamental para manter o grupo ativo e sempre novo. Como o coral é da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) esse trabalho de pesquisa é latente. “A gente faz essa intermediação entre o acadêmico e a população. Nós também somos da UFJF e temos essa preocupação de fazer o elo entre a vida acadêmica e a população em geral.” 

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Aproximação com o público

Mais que apresentar os concertos, o coral tem também o trabalho de difundir informação. “Por exemplo, nosso principal projeto é o que leva música para as igrejas. Vamos, todo mês, em diferentes igrejas, das centrais às mais periféricas. E fazemos isso de forma didática, explicando o que estamos fazendo e o nosso repertório. No final, é possível ver o resultado. Porque muitas pessoas chegam, procuram a gente, pedem para participar do coral, fala que não gostava de ópera, mas que, por causa da nossa apresentação, quer assistir a uma ópera inteira. E eu acho que o coral continua tendo essa importância, da aproximação. E hoje talvez mais que antigamente.” 

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É por causa de todo esse trabalho que se transforma em relevância que Victor considera ser um cargo de muita responsabilidade ser regente do coral. “Exatamente porque o coral traz essa missão de mostrar para as pessoas que por meio desse repertório é possível sentir prazer ao ouvi-lo.” E esse prazer vai estar nítido no concerto de comemoração dos 50 anos neste sábado. Victor explica que, na apresentação, não vai ter músicas exatamente novas. “O repertório será com obras que o coral apresenta já há algum tempo. A gente quis buscar obras que tiveram relevância para o coral durante sua história.” Ele ainda conta que o coral é composto por integrantes que estão lá quase desde o começo. E foram os próprios integrantes que sugeriram o repertório. “Eles sugeriram e lembravam das histórias das apresentações.” As músicas vão de composições de Heitor Villa-Lobos a contemporâneas do carioca Roberto Miranda, além de outras dos períodos barroco e clássico. 

Sobre o futuro, Victor revela que a expectativa é que o coral continue vivendo com a mesma missão de sempre: “Levar música para as comunidades, apresentar a música coral e o canto coral para pessoas que às vezes acham que isso é uma coisa erudita”. E finaliza: “Todo mundo, qualquer pessoa que tenha vontade de cantar, tem a capacidade de participar do coral”. 

 

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