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Primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio tem disputa acirrada

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A primeira noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, entre domingo e segunda (27), teve política, literatura e música cantadas em sambas-enredos. Alegorias grandiosas foram vistas do início ao fim do desfile, mas Salgueiro e Beija-Flor levantaram mais o público com suas torcidas numerosas. A Grande Rio causou frisson com Ivete Sangalo na Sapucaí, e a Imperatriz emocionou com a homenagem a lideranças indígenas do Xingu. Confira um resumo de cada escola:

Paraíso do Tuiuti

(Foto: Divulgação Liesa)

Marcado pelo atropelamento de mais de 20 pessoas por um de seus carros alegóricos, a Paraíso do Tuiuti fez o que pôde para não ter seu desfile abalado pelo desastre. A escola abordou o movimento antropofágico modernista e o Tropicalismo, entrando na Sapucaí com muitas cores da fauna e da flora nacionais.

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O administrador Rodrigo Sodré, 37 anos, estava em cima do carro acidentado, e contou que a situação causou nervosismo. “Deu para ver o carro amassado. Deu uma angústia muito grande.” Apesar do ocorrido, ele disse confiar que a escola fez um bom desfile.

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Grande Rio

(Foto: Divulgação Liesa)

Todos que aguardavam com ansiedade a cantora Ivete Sangalo, homenageada e enredo da escola, foram surpreendidos logo no ínicio do desfile. Em uma aposta arriscada, a Grande Rio trouxe a cantora na coreografia da comissão de frente e, posteriormente, um carro estava à espera para levá-la às pressas para a última alegoria junto com seu filho Marcelo e o marido Daniel Cady. O plano funcionou, e o público saiu ganhando com a diva passando duas vezes pelo sambódromo.

Imperatriz

(Foto: Divulgação Liesa)

O desfile da Imperatriz Leopoldinense teve como grandes estrelas os indígenas do Xingu, cujos clamores por direitos e sustentabilidade foram amplificados por um enredo que chegou a ser criticado por setores do agronegócio. O cacique caiapó Raoni Metuktire, 86 anos, foi destaque em um carro alegórico dedicado a ele e teve a ajuda do neto Beptuk Metuktire, 22 anos, para traduzir sua mensagem de agradecimento para o português. “Que bom que os brancos lembraram de nós, porque tem muito impacto o que vem causando na população indígena quando querem destruir nossos parques e florestas e poluir os rios”, disse o cacique.

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Para Ianacula Kamayura, 61 anos, não foi surpresa que o enredo tenha incomodado o agronegócio. “Como indígenas do Xingu, ficamos muito emocionados de poder estar aqui diante dessa multidão para trazer à tona todos os nossos problemas”, disse o indígena. “O enredo fala mais do respeito, da necessidade de preservar a terra. Mas a verdade, às vezes, dói.”

Vila Isabel

(Foto: Divulgação Liesa)

A Vila Isabel contou a influência da cultura negra em ritmos que conquistaram o continente americano, como o próprio samba, o blues, o soul, o rap e o hip hop.

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O carnavalesco Alex de Souza apostou na imagem de cantores consagrados e figuras que representam clássicos musicais para dar forma aos ritmos negros. Ele disse ter ficado satisfeito com o resultado, mas não viu o público tão empolgado.

“A escola fez um desfile bonito, mas vamos ver. Acho o público de domingo muito frio. Não sei se a escola não empolgou.”

Salgueiro

(Foto: Divulgação Liesa)

Com alegorias grandiosas e fantasias ricas, o Salgueiro levantou a Sapucaí com um enredo que começou no inferno e percorreu o caminho da Divina Comédia em direção ao céu.

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No caminho, a escola encontrou uma avenida suja de óleo, que foi derramado nos desfiles anteriores. A presidente Regina Celi chegou a reclamar no alto-falante do Sambódromo e serragem foi usada para amenizar o problema. Estrela da escola, a rainha de bateria Viviane Araújo sentiu o chão mais escorregadio, mas contornou o problema sambando com mais atenção. “Foi meio tenso”, disse, na saída do desfile.

Beija-Flor

(Foto: Fernando Grilli/Riotur)

A última escola desfilou já com o dia claro, mas contou com o apoio da torcida, que não se deixou vencer pelo cansaço depois de mais de oito horas de desfiles.

A Beija-Flor recontou a história de Iracema em um desfile com alegorias e fantasias luxuosas e coloridas, que compensaram a desvantagem de desfilar durante o dia. O samba fácil de cantar estava na ponta da língua dos integrantes da escola, e logo foi aprendido pela arquibancada.

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O desfile das escolas do Grupo Especial continua na noite desta segunda. Confira a programação:

22h – União da Ilha
23h25 – São Clemente
00h50 – Mocidade
2h15 – Unidos da Tijuca
3h40 – Portela
4h50 – Mangueira

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