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Experimentação artística coletiva

coisas invisiveis e espetaculo infantil com projecoes interativas divulgacao

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Coisas invisíveis é espetáculo infantil com projeções interativas (Foto: Divulgação)
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Primeira atração do Corpo Coletivo no evento, “Coisas invisíveis” fez sua estreia em março de 2016 e já circulou por algumas cidades mineiras. Com texto e direção de Hussan Fadel e estrelado por Carú Rezende, a peça infantil é inspirada nos livros “As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino, e “Desumanização”, de Valter Hugo Mãe. Ela conta a história de uma menina que adora dançar, mas de uma forma totalmente particular. Essa desenvoltura, porém, é vista por outra perspectiva pelas pessoas, que dizem à garota que ela não leva jeito para dançar. A menina vai, aos poucos, ficando imobilizada pela vergonha e timidez, até virar uma estátua. A única forma de voltar ao normal é encontrar amigos que aceitem a sua dança como ela é.O Corpo Coletivo participa mais uma vez da Campanha de Popularização Teatro e Dança de Juiz de Fora, apresentando três espetáculos na 16ª edição do evento. O primeiro deles é o infantil “Coisas invisíveis”, que será apresentado nesta sexta-feira, sábado e domingo, às 17h, no Espaço OAndarDeBaixo. O mesmo local também receberá os outros dois trabalhos do coletivo: “Casas dos espelhos” também estará em cartaz de sexta a domingo, às 20h30, enquanto o inédito “Plástico bolha” faz sua estreia no dia 3 de fevereiro, às 20h30, com um total de seis datas agendadas.

Além da personagem de Carú, a peça é marcada pela música do grupo 4zero4 e por projeções interativas criadas pelo artista Rafael Ski, que permite à protagonista viajar por mundos imaginários. Para Carú, o desafio de ter que atuar tendo como “coadjuvante” cenários que mudam a cada instante é “muito divertido e instigante”. “Nós atores estamos acostumados a ter outra pessoa para tocar, dialogar, ter uma troca de energia. Já no monólogo esse diálogo acontece de outra forma, e com a projeção é uma descoberta todo dia, é sempre diferente”, afirma. “Preciso estar aberta ao que a projeção me oferece, quando a história vem por meio dela procuro pensar que é o mundo que está atrás de mim, se movimentando, e que não costumamos ter no teatro tradicional.”

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Além de “Coisas invisíveis”, o Corpo Coletivo apresenta neste final de semana “Casa dos espelhos”, que já participou da campanha em 2016. Escrita por Hussan Fadel e de direção coletiva, o espetáculo tem como único ator o terceiro integrante do coletivo, Vinícius Cristóvão. O principal tema do espetáculo é a reflexão a respeito da valorização que a imagem tem na sociedade contemporânea e sua relação com a solidão. Passada em uma casa com inúmeros espelhos, a peça tem nos reflexos desses espelhos a revelação dos conflitos do personagem, que limita sua existência à própria imagem nesse mundo em que as aparências ditam muitas regras.

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Quando a ausência é a única presença

A fragilidade da existência, o sentimento de desaparecimento e a necessidade de adaptação são os temas de Plástico bolha (Foto: Fernando Priamo)

“Plástico bolha”, que faz sua estreia no dia 3 de fevereiro, é a terceira produção do Corpo Coletivo e a primeira a ter a dramaturgia sob responsabilidade de alguém de fora: o texto tem autoria de Mauro Morais, repórter da Tribuna, e foi desenvolvido durante as reuniões com o coletivo de pesquisa teatral, seja em encontros ou ensaios. Segundo o diretor Hussan Fadel, o trabalho do coletivo é marcado pela pesquisa e experimentação, e dessa vez eles queriam um elemento exterior para participar do processo de criação.

“O Mauro acompanhou todo o processo de criação, conversas, ensaios, e o texto é fruto desse processo. Ele não apresentou um texto pronto, este foi sendo reescrito a cada ensaio que o Mauro participava”, conta o diretor. “Apresentamos o que gostaríamos de discutir e ele fez uma mistura, conseguiu concretizar em palavras o que queríamos dizer.”, acrescenta Carú Rezende.

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Ainda de acordo com Carú, “Plástico bolha” é uma peça sobre os “sumiços”, “desaparecimentos” que acontecem em nossas vidas e a forma como vamos nos adaptando. “O fio condutor do enredo são dois personagens solitários O cigarro que ele fuma, mensagens de celular, os semáforos, tudo vai sumindo e o mundo se torna um verdadeiro caos. O nome da peça vem do fato de o plástico bolha ser utilizado para transportar nossas coisas frágeis, e serve de metáfora para a fragilidade de nossas vidas.”

Dentro da proposta de trabalho de experimentações do coletivo, Hussan explica que o espetáculo não apresenta uma estrutura de tempo linear, com a relação temporal indo do passado ao presente sem a obrigação de oferecer a estrutura tradicional de começo, meio e fim. “Ela não tem um período histórico definido, mas quem viveu entre o final do século XX e o início do século XXI vai se identificar. Nós, inclusive, procuramos trabalhar a relação entre esses personagens de forma a gerar a dúvida se eles se encontram no mesmo tempo e espaço”, diz.

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Outro destaque da peça é a terceira parceria entre o Corpo Coletivo e o grupo 4zero4, um dos representantes da música experimental na cidade. “Eles trabalham com a música da mesma forma com que desenvolvemos nossas experimentações no teatro. O pessoal do 4zero4 assiste aos ensaios, e com isso surgem experimentos sonoros até encontrarmos o que deve ser utilizado nas peças.”

 

Confira a programação

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Coisas invisíveis

Sexta-feira a domingo, às 17h30.

Casa dos espelhos

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Sexta-feira a domingo, às 20h30.

Plástico bolha

3, 4, 5, 10, 11 e 12 de fevereiro, às 20h30

Espaço OAndarDeBaixo (Rua Floriano Peixoto 37 – Centro)

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