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Natal de muitas cores CANTATA DE NATAL

cantata
Ensaio na última terça emocionou integrantes e diretores com repertório que vai de canções natalinas a música popular
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Fabíola de Oliveira Vieira tem 19 anos e mora no Bairro Bela Aurora, Zona Sul de Juiz de Fora. Nesta noite e também amanhã, ela subirá pela primeira vez no palco do Cine-Theatro Central para fazer o que sonha para seu futuro: cantar. Dona de uma voz potente e de uma interpretação completamente arrepiante, Fabíola aprendeu a cantar na Igreja Casa de Oração, que frequenta com a família e de onde extraiu sua inclinação para o soul. “Amo cantar, acho que isso nasceu comigo”, conta ela, que viu num projeto social, a oportunidade de desenvolver o talento. “Foi lá que aprendi a conviver com as pessoas e a amar o próximo. Aprendi muitas coisas para a minha vida. Fiz amizades e conheci pessoas maravilhosas”, diz uma das expoentes do AABB Comunidade. Ao lado de 320 crianças e adolescentes atendidos pelo Projeto Curumim, gerido pela Amac e mantido pela Prefeitura, Fabíola canta “Aleluia (Hallelujah)”, na 10ª Cantata de Natal, que acontece nesta quarta e quinta, às 20h.

Logo após a apresentação da canção, no ensaio da última terça, os poucos espectadores que trabalhavam nos bastidores do evento pararam, aplaudiram e mostraram-se comovidos. “Foi uma grande surpresa. As crianças e todos nós nos emocionamos. Encontrá-la foi maravilhoso”, comenta Felipe Tavares Pereira, que ao lado do superintendente da Funalfa, Toninho Dutra, desenvolveu o roteiro do evento. Segundo Felipe, integrante da banda Trupicada, que canta e toca no espetáculo, foi feito uma grande pesquisa para encontrar uma jovem que pudesse demonstrar a potência desse canto despretensioso e absolutamente contagiante. Ao longo do espetáculo, serão oferecidas diferentes oportunidades de deixar as lágrimas correrem.

Correndo de um lado para o outro, gesticulando e indicando os erros e acertos, Toninho demonstrava, no último ensaio da cantata, a entrega que envolvia todo o evento. Quando as crianças e adolescentes, cerca de 180 em cada dia de apresentação, começam a cantar, fica clara a dedicação que tiveram ao longo dos últimos meses. “É o resultado de um trabalho de processo. É muito melhor que vesti-los de coralistas e apresentar o óbvio. É o estreitamento deles com músicas de alta qualidade”, pontua, referindo-se a um repertório que passa pela música regional, por clássicos da música popular nacional e pelas consagradas canções natalinas. Convidados pela Funalfa, os integrantes da banda Trupicada, que participam da apresentação pelo terceiro ano consecutivo, treinaram os educadores da Amac, que por sua vez repassaram o aprendido aos meninos e meninas do Curumim.

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Festa o ano inteiro

Inspirada na canção “Natal todo dia”, do Roupa Nova (que diz: “Um clima de sonho se espalha no ar/ pessoas se olham com brilho no olhar/ a gente já sente chegando o Natal/ é tempo de amor, todo mundo é igual”), a cantata desse ano exalta o Brasil em suas muitas manifestações culturais. “A ideia é a de um menino mostrando que no país comemoramos o Natal o ano inteiro”, conta Felipe Tavares Pereira. Vestidos com múltiplas referências regionais, do sertanejo ao carnaval, os integrantes do Trupicada exaltam a multiplicidade, enquanto o coral, com camisas em cores claras, forma uma grande paleta representando os anjos do Natal. O repertório parte do folclórico, passa pela fé e conclui em estandartes natalinos.

“Fico emocionada ao ver as crianças cantando tão bem. Acredito que ações como essa podem, sim, influenciar a delas. Acredito que elas possam desenvolver o gosto por novas músicas, e nós poderemos encontrar grandes talentos”, comenta a educadora social Marlene de Souza Rodrigues, que coordenou os trabalhos no Curumim de São Pedro. Na turma dela, está Gabriel Luiz da Silva, de 14 anos, que participa pelo segundo ano da cantata e diverte-se com o ritmo de ensaios, com o encontro com outros meninos e meninas de bairros diferentes, mas não pensa em cantar quando crescer. Raíssa Vitória Augusto Assis dos Santos, 11, também não pensa em se tornar cantora, porque é “um pouco tímida”, característica que perde no palco, soltando a voz com as amigas.

“Nós também adoramos. Cantamos para crianças, e essa é a oportunidade de termos essas crianças cantando com a gente”, diz Amanda Martins, do Trupicada, confirmando uma energia que passa por todos os envolvidos, atrás dos palcos e sobre ele. Do Curumim de Santa Maria ao da Vila Olavo Costa, sem se esquecer dos de Santa Rita, São Benedito, Santa Luzia, Benfica, São Pedro e Vila Esperança, todos estão entusiasmados para celebrar. Como diz uma das músicas finais, tudo, também, reflete o clima que começa a imperar nessa época: “O Natal chegou, vamos festejar. Jesus nasceu, vamos comemorar. Os sinos batem, blém blém, e o meu coração bate blém, blém, blém”.

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Nesta quarta e quinta, às 20h

Cine-Theatro Central

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Ingressos retirados na Funalfa – Avenida Rio Branco 2.234, no Parque Halfeld, das 9h às 12h e das 14h às 17h

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