Fred Fonseca se apresenta no Palco Central, nesta terça-feira (26), com “Mar de Morros”, seu álbum de estreia. O repertório incluiu uma MPB que flerta com jazz e rock, sempre com muita ironia e várias reflexões feitas pelo multi-instrumentista durante a pandemia de Covid-19, quando as músicas foram criadas. A performance será às 18h30, com entrada gratuita para todos que retirarem os ingressos na bilheteria antes do show. Essa apresentação dá início a sua mini-turnê, que também conta com apresentações gratuitas no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), em 22 de outubro, e no estúdio Audio Rebel, no Rio de Janeiro, em 28 de novembro.
Nos shows, Fred Fonseca fica na voz e contrabaixo, sendo acompanhado pela banda que é formada por João Cordeiro (bateria), Tiago Croce (guitarra) e Pércio Rios (teclado e violão). Os shows também vão contar com participações especiais de artistas como Roger Resende e Kadu Mauad. Para ele, que lançou o álbum ainda no início de 2022, é um grande prazer poder finalmente levar a sua música até as pessoas. “É um sentimento de conseguir concretizar o álbum de forma real. Foi um processo meio às avessas, porque inclusive precisei gravar com os músicos de forma separada, e agora estou até tendo que apresentar eles”, conta.
Como artista independente, ele também explica que foram várias dificuldades para conseguir realmente fazer o trabalho de lançamento do álbum e conseguir que ele circulasse entre diferentes públicos. Por isso, com o show, destaca que é uma grande oportunidade de fazer com que sua música chegue a mais pessoas: “O projeto do Palco Central privilegia os artistas que não tem ainda um público tão expansivo, para ocupar esse espaço de forma democrática. Esse é um local que carrega toda uma história de Juiz de Fora, de canções, de artistas e de histórias de resistência da música”. Ao longo dos anos, ele também conta que acompanhou outros amigos artistas neste mesmo palco, o que torna a experiência ainda mais emocionante.
Para a apresentação, Fred irá trazer as diferentes sonoridades de seu álbum, que é dividido em três partes, buscando provocar a curiosidade do público. “Não vou apresentar três músicas da segunda parte, para que queiram conhecer mais sobre o meu trabalho depois e comprem o álbum, que é a melhor forma de financiar o meu trabalho”, afirma. Na ocasião, o álbum foi gravado em Ibitipoca, Juiz de Fora e São Paulo, tendo sido produzido por ele e Robert Anthony. O projeto foi financiado com recursos da Lei de Auxílio Emergencial Aldir Blanc, viabilizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Álbum traz “reflexão sobre altos e baixos da vida”
“Mar de Morros” traz 11 músicas de Fred Fonseca, com um título que simboliza a natureza que o cerca ao mesmo tempo que traz uma concepção de vida relacionada a essa paisagem. Para quem não conhece ainda seu trabalho, ele explica do que o álbum trata: “É uma reflexão sobre os altos e baixos da vida. A gente vive sempre em uma sociedade de imagens, que só mostra o que dá certo na vida. Quero tentar mostrar que esse caminho tortuoso da vida é comum a todos nós, e é comum tropeçar, cair e se levantar. O grande esquema é não parar de caminhar, e tentar se equilibrar no caminho do meio”. Além disso, para ele, que é morador de Ibitipoca há oito anos, o álbum é um protesto dedicado ao Parque.
A primeira parte do álbum, que funciona em capítulos, conta com uma banda forte e o reforço de metais, enquanto a segunda tem tom mais experimental e a terceira traz sambas em parceria com Roger Resende. A obra se completa com os videoclipes que estão sendo lançados no YouTube do artista.