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Quinteto Villa-Lobos é erudito, mas também (muito) popular

orquestra capa
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A atração desta quarta-feira (26) da 28ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga é o Quinteto Villa-Lobos, que leva para o Cine-Theatro Central, a partir das 20h, não somente a obra do maior compositor erudito brasileiro, mas também composições de nomes importantes como Mozart Camargo Guarnieri e do juiz-forano Edmundo Villani-Côrtes. A entrada é franca.

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O quinteto de sopros formado por Rubem Schuenck (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sergio Santos (clarineta), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fagerlande (fagote) retorna mais uma vez ao festival com um repertório pensado para o evento. São três as peças de Villa-Lobos para a apresentação: “Quinteto em forma de choros”, “Choros 2” e “Bachianas Brasileiras nº. 6”. “‘Quinteto…’ é uma obra para cinco instrumentos de sopro que foi composta em 1928 e que faz parte das 14 peças de choro do Villa-Lobos. Ela é mais conhecida pela versão modificada na década de 1950 pedida por músicos ingleses, que solicitaram uma transcrição em que o corne inglês foi substituído pela trompa”, explica Rubem. “‘Choros 2’ é um dueto para flauta e clarineta e mostra como ele criava peças diversas dentro do mesmo tema. E a ‘Bachianas Brasileiras nº. 6’ é dueto para flauta e fagote com dois movimentos (ária e fantasia) composta em 1938 e que faz parte da série que ele desenvolveu entre os anos 1930 e o início da década de 1940.”

Rubem acrescenta ainda que o Quinteto separa uma parte da apresentação para interpretar algumas das mais populares composições de Villa-Lobos, dentre elas “O trenzinho caipira” (um dos movimentos de “Bachianas Brasileiras nº. 2”) e “Bachianas Brasileiras nº.5”. “O público sempre pede essas e algumas outras, então apresentamos adaptações para quinteto de sopros feitas por excelentes compositores.”

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De Camargo Guarnieri foi escolhida “Choros 3”, que segundo Rubem tem sua importância por ser um trabalho contemporâneo ao feito por Villa-Lobos durante a década de 1920 e também pela polêmica surgida quando de sua apresentação. “Essa era uma composição para quinteto de sopros que fez parte do início de uma série de choros do Guarnieri, só que ele não foi adiante por ter sido muito criticado na época. Para o público de hoje pode soar atual, mas foi vanguardista para o período. Talvez devesse ter ignorado as críticas, assim como o Villa-Lobos fez”, analisa Rubem.

Por fim, “3 Impressões afro-brasileiras”, de Edmundo Villani-Côrtes, foi incluída como homenagem à cidade e também para servir de contraponto aos dois compositores anteriores. “É um contraste com os outros dois choros; são três pequenas peças dentro de uma só (‘toada’, ‘dolente’ e ‘congada’) e bem características dele, que ao mesmo tempo é simples e genial na composição. Ao mesmo tempo, ele trata de temas tipicamente brasileiros e completa esse repertórios.”

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A obra de Heitor Villa-Lobos tem por característica a relação entre a música erudita e a popular, de fortes raízes brasileiras. Rubem Schuenck lembra que o compositor e maestro tinha muito contato com a música popular, tendo tocado violão em rodas de choro, o que deu a ele “conhecimento de causa” para usar o gênero em sua música. “Isso cria um desafio porque a instrumentação é bem variada. ‘Bachianas nº 6’, por exemplo, pode ser mais erudita que outras, mesmo sendo genuinamente brasileira, seresteira”, cita. “Não é um compositor como Mozart, Vivaldi, que você ouve dez segundos de uma música e já reconhece. Com Villa-Lobos é diferente, pois cada composição poderia ter um estilo ou estética diferentes, o que torna sua obra genial.”

Quinteto Villa-Lobos
Nesta quarta-feira (26), às 20h, no Cine-Theatro Central

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