O projeto “Versos de esperança” busca enviar cartas de acolhimento para as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e para os profissionais voluntários que estão na linha de frente. A ideia surgiu a partir da vontade de três estudantes de Juiz de Fora de fazerem com que as pessoas que perderam tanto durante as enchentes e que ainda estão sofrendo as consequências pudessem, de alguma maneira, se sentir apoiadas neste momento difícil. As mensagens podem ser enviadas on-line, através do e-mail do projeto (esperancaversos@gmail.com), e também têm pontos de coleta na secretaria do colégio Stella Matutina, Liacon Administradora e secretaria do Palácio da Saúde.
Clara Assis, Maria Júlia Amorim e Maria Tereza Motta são as organizadoras – a primeira está no terceiro ano do Ensino Médio e as outras duas estão cursando Direito. Enviar os versos, para elas, seria uma forma de levar um pouco mais de esperança e amor para as pessoas que estão precisando no Rio Grande do Sul. “São alimentos pra alma”, diz Maria Júlia. As envolvidas já estavam contribuindo com doações de roupas e cobertores, e por isso já tinham contato com as transportadoras que estão chegando até os pontos de acolhimento para fazer o envio desses materiais.
No momento da escrita dessas cartas, Maria Tereza Motta afirma que a recomendação é de que as pessoas evitem palavras negativas ou ressaltarem as perdas da tragédia. “Queremos que falem palavras de consolo, de força e de fé. Podem enviar músicas, desenhos ou poemas”, explica. Além disso, ela orienta a colocar nome da pessoa remetente e a cidade de origem para trazer mais intimidade com quem for receber.
O recolhimento dessas cartas segue sendo realizado por tempo indeterminado, porque as estudantes consideram que o acolhimento que as palavras podem trazer pode ser necessário para essas pessoas ainda por bastante tempo. “Eu me coloco no lugar dessas pessoas e gostaria muito de receber uma palavra de acolhimento se estivesse nessa situação. Então a gente gostaria de dar isso também”, afirma Maria Júlia.
Além disso, o envio das cartas, de acordo com elas, é uma maneira de mais pessoas se envolverem ajudando a reparar os danos que a tragédia trouxe. “Para quem não pode doar ou enviar valores, por exemplo, essa é uma forma de ajudar. Qualquer um pode contribuir”, afirma Maria Tereza.