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Ludmilla está de volta a Juiz de Fora, na Festa Country

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‘Hoje eu colho o que os que vieram antes de mim plantaram e eu preciso continuar esse plantio”, ressalta Ludmilla ao falar sobre representatividade (Foto: Ygor Marques/Divulgação)
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Ela realmente chegou chegando. Abalou o mercado musical já com a primeira música “Fala mal de mim”. Ludmilla já deu o tom, em sua estreia, de como guiaria sua carreira: fazendo o que gosta e, principalmente, curtindo seu próprio som. A MC Beyoncé saiu de Duque de Caxias, teve coragem para arriscar e, em “Hoje”, nasceu a Ludmilla que ganhou o mundo todo. A revista estadunidense Billboard, recentemente, a chamou de estrela brasileira. Antes mesmo de ser conhecida, em sua família, era ela quem animava o pagode. Apesar de ter começado no funk, apostou em “Numanice” comprovando que, independente do ritmo, Ludmilla é Ludmilla.

São tantos hits que fica até difícil pensar o que levar em um show, porque o público pede e gosta muito. Mas ela tem um macete: “De tempos em tempos revisito o meu trabalho em palco para entender se algo precisa ser alterado. O público é o meu grande termômetro e, como ouço muita música, isso também me dá uma certa direção para trabalhar o que está em evidência no momento”. Ludmilla volta a Juiz de Fora, nesta sexta-feira (26), na Festa Country, mesma noite em que recebe Henrique e Juliano. Sobre o show, afirma: “Vocês sabem que a mãe joga nas onze, né? Então esperem muitos ritmos, dança e alegria, quero todo mundo feliz”.

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Tribuna: Com o tempo de carreira, você foi se permitindo entrar em novos lugares, inclusive no samba/ pagode com “Numanice”. “Vilã”, ainda, mescla funk com trap, hip/hop, entre outros. O que você considera que foi essencial para que você se tornasse, realmente, uma cantora tão versátil e, ao mesmo tempo, com identidade marcada?
Ludmilla: É clichê, mas eu amo música. Pode perguntar para qualquer um que convive comigo, eu passo o dia ouvindo, cantarolando, descobrindo novos sons, me inspirando…eu respiro música. Além disso, se me sinto capaz, me jogo mesmo no novo e assim fui fazendo, funk, pop, R&B, afrobeat, pagode, samba-enredo… Então, depois de um certo momento, percebi que me restringir a um gênero, já não cabia. Mas, em todos os gêneros musicais, consigo deixar a minha marca, porque sempre dou o meu toque em tudo o que faço.

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E, aproveitando, como foi idealizar o “Vilã” depois de um sucesso tão estrondoso como “Numanice”?
Incrível! Uma outra vibe, mas que eu também amo. “Vilã” foi feito aos poucos, num processo delicioso. Pude criar um trabalho totalmente com a minha cara e tive a oportunidade de participar em várias áreas da realização do álbum que antes não me aventurava.

Antes mesmo de se lançar para a carreira internacional, você fez questão de fincar os pés no Brasil e ganhar destaque no país todo. Qual é, para você, a importância de ter essa base de fãs forte por aqui e seguir se reafirmando como uma cantora verdadeiramente brasileira, antes de qualquer coisa?
Para mim, além de importante, foi um caminho natural. Vindo de onde eu vim, não tinha nem como ser diferente, foi de degrau em degrau mesmo e, isso, me trouxe muitos aprendizados, que foram fundamentais para que, agora, me sinta mais à vontade em dar novos passos.

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A internet já foi o lugar em que você conseguiu se destacar, ainda com “Fala mal de mim”. E hoje a internet é ainda mais importante na divulgação das músicas, por exemplo. De que forma as plataformas influenciam na maneira como você pensa nos seus lançamentos?
O meu processo ainda é o de fazer a música primeiro e depois planejar o lançamento, o que inclui, é claro, a internet. Mas sei também que, atualmente, a gente vive impactado e muito guiado pelas redes e isso, direta ou indiretamente, influencia na hora de escrever a letra, de pensar no beat e por aí vai…

O que você ainda traz da MC Beyoncé hoje na Ludmilla que é considerada a estrela brasileira?
A vontade de fazer continua a mesma do início, só que agora, ainda mais instigada, depois de tanta estrada e tantas conquistas. Sigo com a mesma vontade, só que agora com novos objetivos.

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Como mulher negra, você, hoje, ocupa muitos lugares que já fecharam as portas para pessoas como você. O que significa para você chegar a esses lugares e sendo, inclusive, inspiração para outras que ainda virão?
Significa muito. Com o tempo percebi que o legado que se deixa é o que, de fato, importa, principalmente sendo eu uma pessoa que faz parte de tantas minorias. É importante porque é um processo, hoje eu colho o que os que vieram antes de mim plantaram e eu preciso continuar esse plantio. Mas não se enganem, ainda têm muitas portas a abrir, viu?! Essa luta é antiga, muito se caminhou, algumas conquistas foram alcançadas, muitas questões vieram à tona, mas ainda falta muita coisa.

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