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Ambiciosa e solitária

ana paula ozorio e adryana ryal fazem metafora entre as fases da vida de uma borboleta e a do ser humano

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Ana Paula Ozório e Adryana Ryal fazem metáfora entre as fases da vida de uma borboleta e a do ser humano
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Ana Paula Ozório e Adryana Ryal fazem metáfora entre as fases da vida de uma borboleta e a do ser humano

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O drama que o juiz-forano Rafael Coutinho escreveu para a atriz da Cia. Teatrando Adryana Ryal arrancou aplausos na pequena São João Nepomuceno em 2014. Desde então, tomou novos rumos, foi para a concorrida Mostra Fringe do Festival de Teatro de Curitiba e de lá retorna com mais força para a estreia no berço de origem. “A experiência de apresentar um espetáculo em lugares não familiares é extremamente positiva e construtiva, pois o contato com o público é puramente com o trabalho, não sendo passível alguma análise com base em outras experiências, sejam elas boas ou más. Nesse sentido, nos dá mais segurança trazer um produto mais maduro para nossa casa”, comenta Adryana, que divide a cena de “O casulo das memórias resignadas” com Ana Paula Ozório nos dias 29 e 30 de abril, às 19h30, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas.

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Adryana conta que a protagonista Virgínia D’Avignon nasceu em 2013, a partir de uma provocação que ela, como diretora, fez ao amigo dramaturgo. O que era para ser uma cena curta transformou-se em uma metáfora de 45 minutos entre as fases da vida de uma borboleta e a do ser humano. “A trajetória da borboleta recupera a da personagem principal, que buscou se transformar em outra pessoa, de outro contexto, assim como a lagarta que um dia não pertencera ao contexto dos insetos voadores. A busca por mudar sua essência e seu contexto é a grande motivação de Virginia”, afirma a atriz, comemorando sua volta à atuação depois de cinco anos afastada dos palcos. Durante este período, dirigiu, coordenou e produziu trabalhos infantis e adultos.

Virgínia D’Avignon sofre uma grande conturbação com a chegada de Lurdes, uma parte de um tempo que ela acreditava estar enterrado. Ao se deparar com a investigação de sua terapeuta, Dra. Marta, ela parte para um jogo de realidade e aceitação do ‘eu’. “Deparei-me com uma mulher em torno de seus 50 anos, extremamente ambiciosa, solitária e assombrada por seu passado. Virgínia é uma personagem que traça um parâmetro reflexivo entre o ter mais do que o ser, uma construção da própria personagem para se ver livre do seu passado.”

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“O casulo das memórias resignadas” se insere dentro de uma estética contemporânea e é apresentado ao público por meio de um cenário simbólico. No espaço cênico, somente meia-calça. “Pensando na temática das borboletas, chegamos a uma proposta de como seria usar várias meias e como se libertar delas, já que ao mesmo tempo que transmitem leveza e beleza são frágeis, sufocantes apertadas e firmes. E, ainda assim, os fios que tecem o casulo remetem a uma construção de uma teia de pensamentos, em que estão presas as lembranças.”

Embalada por uma trilha sonora composta somente por música instrumental, a dupla segue para as duas sessões trazendo na mala a boa repercussão da performance na Mostra Fringe. “O texto é muito rico em seu caráter reflexivo e propicia significativos momentos de descobertas”, afirmou Rafael Wolff, mestre em teatro pela Universidade de Kent e produtor Cultural do Café Teatro Toucherlalune, de Curitiba, casa em que a cia. bateu ponto nos dias 28 e 29 de março. “A iluminação, o quase minimalismo do cenário, a coreografia dos movimentos e o texto presenteiam a plateia com um momento de intimidade com a arte do teatro. A atuação das atrizes é precisa, e a movimentação em cena ocorre de maneira leve e natural”, sentencia o fotógrafo do festival, Humberto Araújo.

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O CASULO DAS MEMÓRIAS RESIGNADAS

29 e 30 de abril,

às 19h30

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Centro Cultural Bernardo Mascarenhas

(Av. Getúlio Vargas 200 – Centro)

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