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Inauguração da Galeria Ruth de Souza homenageia belezas diversas

galeria ruth de souza
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O modelo Gustavo Diniz posa em uma das fotos escolhidas para a exposição (Foto: Marcella Calixto; maquiagem: Janaína Oliveira; stylish: Francisco da Silva Junior; assistente de produção: Francislaine Silva)
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Acontece nesta quinta-feira (25) a inauguração da Galeria Ruth de Souza, às 19h. O espaço foi instalado no Teatro Paschoal Carlos Magno (Rua Gilberto de Alencar s/n – Centro) e leva o nome de uma das mais destacadas atrizes do Brasil, que conseguiu romper o anonimato historicamente imposto a artistas negras. Na sua estreia, vai contar com a mostra “Essência”, do coletivo Difference.

A mostra foi aprovada no Edital “Cultura da/na quebrada”, em que se buscava valorizar as produções culturais feitas nas periferias da cidade. Isso casou exatamente com o projeto do coletivo Difference, formado por Janaína Oliveira (cocriadora e maquiadora), Francislaine Silva (assistente de produção) e Francisco da Silva Junior (cocriador e stylist). O coletivo existe há dois anos, mas começou como “uma brincadeira”, no quintal de Janaína, em Santa Luzia, junto com Francisco.

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Aos poucos o projeto foi unindo mais gente e alcançando outros lugares. Janaína conta que a ideia sempre foi buscar valorizar “pessoas que saíam da caixinha, como nós”, e agora vê que existe um público que busca exatamente o mesmo. Ela destaca sempre a importância de mostrar que o autocuidado é importante para todos, e mostrar isso para pessoas periféricas, negras e da comunidade LGBTQIA+, é justamente um dos pontos fortes de seu trabalho.

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Ao longo da existência do coletivo, vários fotógrafos já colaboraram, mas atualmente Marcella Calixto é quem faz todas as fotos. A exposição conta com dez fotos feitas por ela, em uma mescla entre moda e artes visuais. A ideia é justamente que os olhares sejam voltados para as delicadezas e detalhes, para que todos compreendam a força da valorização das diversas belezas. Ao observar o resultado das obras, um dos grandes orgulhos de Janaína é poder dizer: “não perdemos nossa origem, nossa essência”.

A Galeria Ruth de Souza irá funcionar de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, e nos finais de semana nos horários em que houver programação no Teatro Paschoal Carlos Magno. A entrada é gratuita, sendo necessário apenas apresentar na entrada o cartão de vacina ou o aplicativo Conecte SUS para comprovar a vacinação contra a Covid-19.

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Um legado que reverbera

Em mais uma foto da exposição, o modelo Romulo Vlad encarna os sentimentos que guiam o coletivo. (Foto: Marcella Calixto; maquiagem: Janaína Oliveira; stylish: Francisco da Silva Junior; assistente de produção: Francislaine Silva)

Apesar de Ruth de Souza ter ficado conhecida nacionalmente no Rio de Janeiro, ela passou grande parte de sua infância nointerior de Minas Gerais, na cidade de Porto do Marinho. Mesmo vindo de raízes humildes e lidando com o preconceito, conseguiu consagrar-se em papéis importantes no teatro, cinema e televisão. A luta pelo reconhecimento e valorização de artistas negros e negras também foi central em sua vida, deixando reflexos para as gerações seguintes.

Um dos seus papéis mais importantes foi em “A cabana do Pai Tomás” (1969), em que se tornou a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela da Rede Globo. Também obteve destaque na telenovela “A cor da pele” (1965) e no filme “Terra violenta” (1948).

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Foi justamente pela sua força em cena que Paschoal Carlos Magno (a quem o nome do teatro homenageia) a indicou para receber uma bolsa de estudo da Fundação Rockefeller para passar um ano estudando nos Estados Unidos, na Academia Nacional do Teatro Americano e na Universidade de Harvard. O encontro entre os dois nomes no espaço cultural juiz-forano lembra a grandeza de duas vidas dedicadas à arte.

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