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Concerto no Cine-Theatro Central reflete sobre como mulheres são retratadas na música

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Cine-Theatro Central é espaço cultural com pinturas de Angelo Bidi (Foto: Fernando Priamo)

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O concerto “Ecos” chega ao Cine-Theatro Central para refletir sobre como as mulheres são retratadas em óperas, fazendo uma viagem pelo tempo e por diferentes canções. A apresentação é o recital de formatura de Júlia Salles, cantora, integrante do Coral da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e percussionista do grupo Ingoma. O evento acontece nesta quarta-feira (25) e tem entrada gratuita. Os convites são distribuídos na recepção, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

O recital é exigido como trabalho final da graduação em Música. Para sua apresentação, Júlia buscou pensar em um tema com o qual tivesse uma identificação especial. Por isso, optou por cantar músicas eruditas e populares, falando sobre como as mulheres são representadas nesse meio. Quando se aprofundou no tema, teve uma surpresa: “Eu me deparei com uma infinidade de personagens femininas que sempre morriam no final, e essas mortes sempre estavam relacionadas com um homem”, conta.

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O livro “A ópera ou a derrota das mulheres”, de Catherine Clément, fo

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Concerto “Ecos” acontece nesta quarta-feira (25), no Cine-Theatro Central. (Foto: Luísa Colen)

i essencial para guiá-la no processo de entendimento das representações. “A autora indica que, apesar das estrelas serem as mulheres, o que movia a história era o amor. Mas quem ditava os acontecimentos desse amor era o homem”, destaca.

Apaixonada pela capacidade cênica dessas mortes, assim como pela importância e beleza dessas músicas, surgiu o concerto “Ecos”. “Vou dar voz e deixar ecoar os cantos dessas personagens”, adianta. O concerto apresenta, então, Tosca, Dido, Carmen e Zerlina (essa última sendo a primeira a não morrer).

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Na segunda parte, o concerto se volta para a música popular, passando por “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, “Triste louca ou má”, de Francisco el Hombre, e “Mulher do fim do mundo”, de Douglas Germano. Apesar de serem personagens bem diferentes, a apresentação busca contar uma história relacionando todas elas – inclusive a partir das mudanças em relação a como essas personagens eram moldadas.

“Todas as canções serão em português, fiz versões brasileiras de todas as áreas eruditas e isso, junto com a encenação e com os figurinos, vai facilitar a compreensão e o envolvimento com essas músicas e histórias”, avalia.

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Arranjos e junções diferentes

O concerto reflete a trajetória da artista, com sua formação acadêmica e erudita. Também traz o contato com o popular, por meio dos arranjos para coro, com a experiência que teve de produzir os espetáculos do coral e a partir das músicas e tambores do Ingoma. “Acho que eu não apresentaria tantas músicas diferentes se eu não tivesse cantado, me apaixonado e passado por esses grupos”, revela.

O trabalho é orientado pela professora e cantora Taís Vieira e conta com o canto de Thales Tácito, a participação da dançarina Sibelle Pezarini, a percussão de Rick Guilhem, a presença das pianistas Nariá Assis e Juliana Costa, além de um coro montado especialmente para o recital. Há, também, a presença do Ingoma, do poeta Vitu Marcs e da cantora Ágata Avelar.

O público, então, pode esperar se deparar com músicas de ópera de uma forma diferente, dessa vez com uma atenção maior à letra (especialmente focando no fim das personagens), experienciando áreas de ópera misturadas com toques de tambor e até da dança. “Vai ser uma noite especial”, define.

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