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História e sabores do século XIX

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Imagine sentar-se à mesa na companhia de Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Castro Alves, José do Patrocínio e Ruy Barbosa. A inusitada reunião desses jornalistas está marcada para o evento À mesa com os escritores, na Fazenda Florença (Estrada da Cachoeira 1.560) neste domingo, a partir das 14h, em Conservatória. O evento integra o 10º Festival Vale do Café.

O encontro no tempo será possível por conta do trabalho do artista plástico Henrique Resende, que esculpiu com jornal reaproveitado e papel kraft cada um dos personagens em tamanho natural. Para desenvolver as esculturas, Henrique buscou fotos dos personagens sozinhos e reunidos. Desta forma, conseguiu pontuar detalhes como suas reais estaturas e como se portavam em grupo. Pesquisei seus trejeitos e estilos de vida. Machado, por exemplo, era mais informal, enquanto Ruy Barbosa, mais clássico. Além da fisionomia, me preocupei em mostrar como era a personalidade de cada um através de suas roupas, explica o escultor, que usa tinta à base de polímero acrílico para dar resistência às esculturas.

À mesa, o menu foi pensado de acordo com as preferências desses grandes nomes da literatura brasileira, a partir de pesquisas feitas pela professora e pesquisadora de gastronomia dos séculos XVIII e XIX, Ana Roldão. Um exemplo é o arroz de leite, um dos preferidos de Machado de Assis. Prato predileto de Ruy Barbosa, o arroz de hauçá, preparado com carne-seca e camarão-seco, também estará presente.

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Para elaborar o menu, Ana conta que pesquisou tanto os hábitos alimentares do período e títulos já publicados sobre a preferência culinária de cada um dos autores, como também a gastronomia presente na obra de cada um deles. Eles gostavam da alimentação de sua origem, como no caso de Castro Alves, que apreciava a comida baiana. Machado de Assis, por exemplo, casado com uma portuguesa, não gostava muito de estrangeirismos na comida, como itens de influência francesa ou inglesa, preferia a boa comida brasileira. Mas todos tinham em comum o apreço pela culinária das confeitarias da Rua do Ouvidor.

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Delícias de época

No evento, não vão faltar croquestes nem empadas de camarão, que segundo Ana eram consumidas na Quaresma e caíram no cardápio brasileiro, compotas com queijo do reino, rabanada, pão de leite e xinxim de galinha.

Um elenco de apoio estará presente com roupas pesquisadas em livros e quadros e costuradas a partir de modelos da época. Os visitantes ainda ouvirão as poesias e pensamentos de cada um dos anfitriões, recitados por admiradores também trajados a caráter.

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O evento será gratuito para pessoas que adquirirem ingresso para a apresentação do Trio de Câmara Brasileiro no domingo, às 16h, também na fazenda. A venda dos ingressos para o festival é feita no site www.ingressofacil.com.br.

O Sítio Santa Maria, que pertence a Alberto de Orleans e Bragança, em Vassouras, vai receber a palestra Região do Vale do Café e suas relações com a Família Imperial Brasileira, ministrada por Dani Spielmann e Debora Levy, no domingo, às 10h30. Esta é a primeira vez que uma fazenda pertencente a um integrante da Família Imperial integra a programação. O grande charme do festival são as atrações das fazendas e a música por todos os cantos, ressalta o organizador do evento, Nelson Drucker. A programação completa do Festival Vale do Café pode ser encontrada em www.festivalvaledocafe.com/.

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